Polícia Federal apreendeu na última quinta-feira (28), servidores a fim de ajudar garimpos ilegais. A operação começou cedo e contou com dezenas de policiais que atuaram em várias frentes e simultaneamente.
Os alvos da mega operação montada pela polícia eram servidores públicos que utilizam seus cargos para favorecer e até fingir que ações ilícitas relacionadas à exploração ilegal de ouro em terras públicas, áreas de proteção e terras indígenas, não estavam acontecendo.
As investigações mostraram que empresários repassavam uma espécie de “mesada” para terem liberdade de extrair e transportar ouro irregular na região do Tapajós, no Pará, o que permitiu a essas pessoas, terem uma vida de luxo, com direito a mansões e carrões de luxo.
21 mandados de busca e quatro de prisão, sequestro de bens e medidas cautelares de afastamento da função pública foram autorizados pela justiça em Santarém, Itaituba, Altamira, no Pará, Rio de Janeiro, e Goiânia. Foram presos preventivamente dois servidores públicos e dois empresários. Foram apreendidos ao menos oito carros de luxo, celulares, joias e quantidade ainda não contabilizada de ouro e dinheiro.
Entre os veículos apreendidos durante a ação, os agentes encontraram um carro esportivo avaliado em mais de R$ 1 milhão de reais. Um dos investigados teria recebido R$ 4 mil por mês, para não atrapalhar o negócio ilegal, outros investigados dividiam R$ 10 mil mensais, com a função de estar à disposição das empresas, inclusive em horários de expediente e usando carro e outros materiais de trabalho institucionais.
Entre os alvos da operação, conforme a polícia, está um empresário que já havia sido condenado três vezes por tráfico de drogas, além de ter condenações por receptação, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação para o tráfico.
Intitulada Cobiça, a operação é resultado de outra operação intitulada Ganância, da Polícia Federal em Rondônia, deflagrada em 2022, que investigou desvio de recursos públicos federais na prestação de serviços de UTI aérea.
Como resultado da operação Cobiça, as empresas envolvidas no esquema teriam causado dano ambiental em uma área de 212 hectares, extraindo quantidade de minérios superior à permitida na guia de utilização expedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Entre 2020 e 2021, o grupo teve um rendimento estimado superior a R$ 1 bilhão, extraindo muito mais minérios do que o autorizado, em locais proibidos.