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Durante protesto contra Ferrogrão indígena passa urucum em representantes de entidades

Ato de oposição à construção da ferrovia marca seminário em Santarém

Athaynara Farias
Por: Athaynara Farias
08/05/2024 às 08h34 Atualizada em 09/05/2024 às 11h00
Durante protesto contra Ferrogrão indígena passa urucum em representantes de entidades
Foto: Reprodução/Redes sociais

O líquido utilizado no protesto era feito com urucum. O gesto feito pelo líder espiritual indígena do povo Kumaruara representou oposição à construção da Ferrogrão. O ato aconteceu durante o Seminário Técnico sobre Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da Ferrovia na última terça-feira (7).

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Diversos segmentos da sociedade civil, comunidades indígenas, acadêmicos e organizações não governamentais participam do evento. Foi no rosto dos representantes que defendem a construção da ferrovia que o indígena passou o urucum, alguns até filmaram o ato com o próprio celular.

 

 
 
 
 
 
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O evento, que se estende por dois dias, iniciou em Santarém, no oeste do Pará, no auditório Tapajós, no Campus da Universidade Federal do Oeste do Pará e aborda temas como o histórico e os impactos socioambientais do Corredor Logístico Norte, além de discutir detalhes sobre o projeto da Ferrogrão, entre outros assuntos.

Representantes dos povos Munduruku, Kayapó, Panará, Xavante e Tapajós, juntamente com ribeirinhos e agricultores familiares, expressaram sua oposição à construção da ferrovia, realizando diversas manifestações contra o projeto.

Estima-se que a construção da Ferrogrão demandará um investimento de R$ 34 bilhões. O propósito é reduzir o custo de transporte para os produtores agrícolas, substituindo os caminhões que trafegam pela BR-163 por vagões ferroviários.

Serão aproximadamente 933 quilômetros que ligará Sinop, em Mato Grosso, a Itaituba, sudoeste do Pará, às margens do rio Tapajós. A partir deste município paraense, a carga será embarcada em navios com destino a portos na Ásia, África e Europa, e deve proporcionar um novo corredor logístico para escoamento de commodities.

Porém, os povos indígenas alegam falta de consulta prévia e alertam para os riscos socioambientais associados ao projeto. A ideia da ferrovia foi inicialmente apresentada há mais de uma década por multinacionais do agronegócio, e posteriormente incorporada pelos governos de Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT), que a incluíram no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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