O leilão para privatizar os serviços de saneamento básico do Bloco C — que inclui Altamira e mais 27 municípios — não aconteceu. O motivo? Nenhuma empresa demonstrou interesse em assumir a distribuição de água e a coleta de esgoto na região.
Segundo especialistas e empresas que atuam no Xingu, a principal dificuldade é a baixa densidade populacional: são apenas 2 habitantes por quilômetro quadrado, o que torna o investimento menos atrativo.
Para comparação, o Bloco A, que inclui Belém, tem cerca de 27 habitantes por quilômetro quadrado e recebeu propostas de empresas interessadas.
Além disso, outros fatores também pesaram na falta de interesse. O valor estimado para levar saneamento a todos os municípios do bloco até 2033 (no caso da água) e até 2039 (para o esgoto) é um dos mais altos do edital.
E como muitos desses municípios estão em áreas de floresta ou de difícil acesso, os custos com logística aumentam ainda mais, dificultando a execução dos projetos.
''Com o prazo estipulado pelo STF, as autoridades paraenses terão que apresentar justificativas detalhadas até a próxima semana. Caso contrário, o resultado do leilão poderá ser suspenso pela Justiça'' explica Jackson Dias, servidor público.
Hoje, a maioria das cidades do Bloco C já é atendida por sistemas próprios ou pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa). Em Altamira, por exemplo, quem cuida do serviço é a Coordenadoria de Saneamento Básico (Cosalt). Com isso, o futuro da concessão dos serviços de saneamento nessas regiões do sudoeste e oeste do Pará continua indefinido.