Com faixas e cartazes, estudantes de vários cursos da Universidade Federal do Pará, Campus Altamira, fecharam na manhã desta terça-feira (14), os portões do prédio. Segundo os manifestantes, o ato foi em protesto aos casos de racismo, homofobia, capacitismo, entre outros crimes praticados dentro da UFPA.
“Nós estamos aqui hoje realizando essa manifestação para cobrar pelo fim do racismo e diversas outras formas de preconceito e discriminação que ocorrerem na UFPA em Altamira. Nós fechamos os portões como uma forma de pressionar os responsáveis para que algo seja feito.”, disse Gean Almeida, estudante.
Gean é quilombola, é cursa medicina na UFPA. Segundo o universitário, muitos estudantes acabam desistindo das graduações pelos ataques discriminatórios que vêm muitas vezes dos próprios colegas de turma e de até mesmo de professores.
“Os nossos estudantes acabam adoecendo, desistem dos cursos por conta desses crimes. E muita das vezes esse racismo acaba sendo praticado pelos próprios alunos e até mesmo por professores da universidade. Precisamos dar um basta nisso tudo!”, explicou o estudante.
Segundo os próprios estudantes, a prática do racismo e a discriminação são frequentes no Campus da UFPA em Altamira, e que na maioria das vezes, o caso cai no esquecimento e não há punição.
“A coordenação do campus realiza uma conversa ali, outra ali, mas nunca resolvem nada. Tudo cai no esquecimento e nada é feito. Por isso estamos aqui para pedir uma medida dura e justa contra esses criminosos que tentam desacreditar o nosso potencial.”, falou.
Por conta da manifestação e do fechamento dos portões, às aulas não ocorreram. Além dos estudantes, entre indígenas, negros, quilombolas, ribeirinhos, comunidade LBGTQIAPN+, os movimentos sociais também participaram do protesto. Um documento será encaminhado para a reitoria da universidade cobrando explicações e também será protocolado no Ministério Público do Estado do Pará. Um Boletim de Ocorrências foi registrado na Seccional Urbana de Altamira. O Confirma Notícia entrou em contato com a coordenação do campus, e aguardamos retorno.