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Menos mortes: redução de homicídios em Altamira foi de 36% em 2024

Dados revelam que em um ano a PM atendeu 618 ocorrências de violência doméstica

Karina Pinto
Por: Karina Pinto Fonte: Karina Pinto
07/01/2025 às 16h23 Atualizada em 08/01/2025 às 13h13
Menos mortes: redução de homicídios em Altamira foi de 36% em 2024
Imagem: Divulgação

De acordo com o comando do 16º Batalhão de Polícia Militar do Xingu, houve redução no número de crimes violentos em 2024. Durante todo o ano, foram apreendidas 30 armas; 21 veículos recuperados; 15 mandados de prisão cumpridos; e 959 operações realizadas. A informação foi confirmada pelo comando do batalhão nesta terça-feira (07) e traz alguns destaques. Segundo a Polícia Militar, em 2024, Altamira apresentou uma redução de 36% no número de homicídios, e 38% no número de roubos, em comparação com 2023. 

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O 16º Batalhão é unidade integrada ao Comando de Policiamento Regional (CPR VIII), responsável pelos municípios de Altamira, Brasil Novo, Porto de Moz, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Com ações de policiamento ostensivo no combate ao crime, o comando registrou em 2024 1.147 atendimentos de poluição sonora, com 3.458 fiscalizações em bares, restaurantes e similares. 6.663 boletins de atendimento foram registrados pela PM em todo o ano passado. 

Um número que ganhou destaque negativo, foi a quantidade de registros de violência contra a mulher. Somente a PM, através do 16º Batalhão de Policiamento do Xingu, recebeu e atendeu 618 chamados de casos de violência contra a mulher, esse foi o crime que mais precisou de atenção por parte das autoridades em 2024 na região. 

Dois casos registrados no final do ano passado mostram os desafios enfrentados pelas instituições que precisam proteger as vítimas, identificar os responsáveis e garantir a segurança; No dia 25 de dezembro, um homem invadiu o imóvel da ex e a espancou, em Anapu. A cena da invasão foi registrada por uma câmera de vigilância, que mostrou a forma fria e premeditada com que o suspeito chega, olha através de uma fenda na parede de madeira, confirma que a vítima está no local e invade o imóvel se esgueirando pela grade e a porta da frente que parece estar quebrada. O que acontece do lado de dentro não é registrado pela câmera, apenas os gritos da vítima. 

Após 3 meses de separação, Welison Silva Oliveira seguia perseguindo a ex, até que com socos e pontapés, ele tentou pôr um fim a vida da vítima. Apesar da surra, ela conseguiu fugir, e pedir socorro. Welison foi preso horas depois. No dia 27 de dezembro, outro caso de violência doméstica, que custou a vida de Irenice dos Santos Barbosa, de 50 anos. O corpo dela foi encontrado dentro do imóvel onde ela morava, em Brasil Novo, e o principal suspeito é o marido, que segue foragido. Morta com um tiro pelas costas, Irenice não teve tempo de pedir socorro, e entrou para uma triste estatística, em 2024, 1.467 mulheres foram vítimas de feminicídio. 

“O aumento da violência doméstica está totalmente ligado a fatores socioculturais, onde hoje se critica as bandeiras se dizendo que nós estamos na geração mimimi onde tudo é proibido e não se pode fazer ou falar nada. Mas isso é um desserviço às bandeiras que demoraram anos, décadas para serem implantadas em nossa sociedade, então a educação com certeza, ela precisa ser redobrada. Só educando, tanto as vítimas quanto os agressores nós conseguiremos mudar esse cenário, outro fator que mudou muito foram as denúncias, então antes muitas vítimas ficaram caladas e hoje muito dificilmente uma pessoa ver sua amiga sendo vitimizada e fica calada. Então outras pessoas também denunciam, e essas vítimas também são encorajadas a denunciar.”

O combate direto com ações ostensivas ainda é a principal arma das autoridades contra esse tipo de violência. Para especialistas, o trabalho isolado da polícia não será suficiente, destaca a psicanalista, Raquel Poubel.

“Em um cenário ou outro, a educação multifacetada onde nós trabalhamos com políticas públicas de reeducação, reinserção do agressor também é fundamental e o tratamento emocional das vítimas, principalmente, porque a violência doméstica deixa cicatrizes na alma, que dificilmente são apagadas. Então é preciso que haja tratamento emocional para as vítimas principalmente, mas para os agressores que precisam viver em sociedade sem violência.”, reforçou. 

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