A saúde pública de Altamira continua a ser um dos principais focos de discussão entre a gestão anterior e a atual. Desde que assumiu a prefeitura, a nova administração enfrenta uma série de desafios, especialmente relacionados ao pagamento de salários dos profissionais de saúde e à dívida acumulada pela Secretaria Municipal de Saúde.
Em uma nota enviada para a redação de jornalismo da Vale do Xingu, a gestão anterior, "Mais Vida, Mais Futuro", explicou que as contas para pagamento de funcionários da Secretaria Municipal de Saúde estavam em dia e não representavam ônus para a nova administração. "O pagamento dos médicos é feito por meio de contrato com a empresa contratada, e o que cabia à gestão anterior foi cumprido", afirmou a nota. "As contas foram deixadas sem ônus nenhum para a atual gestão", complementou.
Entretanto, a atual administração aponta que o pagamento dos salários dos profissionais de saúde está em atraso. Essa questão foi o principal ponto abordado durante uma reunião entre os médicos que atuam nas unidades de saúde do município e a nova administração, que assumiu a prefeitura há apenas uma semana.
"A gestão anterior não cumpriu com a obrigação de efetuar o pagamento de dezembro, que deveria ter sido feito até o dia 31", afirmou o prefeito Loredan Mello. "Mas eu tranquilizo os profissionais, pois faremos o pagamento, até porque é justo. Essas pessoas trabalharam, e vamos pedir apoio do governador para regularizar a situação", garantiu.
Além dos atrasos nos salários, a nova gestão também relatou um cenário financeiro difícil. O secretário municipal de Saúde, Mauricio Nascimento, revelou que a Secretaria de Saúde deixou um débito de R$ 14 milhões, com notas empenhadas, mas sem recursos disponíveis para cobrir esses gastos.
"A parte que falei que a saúde está na UTI é porque nós recebemos a secretaria com esse débito de R$ 14 milhões e sem o dinheiro na conta da secretaria para poder realizar o pagamento", explicou.
Além desses problemas financeiros, a atual gestão destaca outros desafios, como a falta de medicamentos e a demora na liberação de leitos nas unidades de saúde de média e alta complexidade. Esses obstáculos têm afetado diretamente o atendimento à população e gerado preocupações entre os profissionais de saúde.