Estamos nos últimos dias de 2024 e nessa reta final do ano uma retrospectiva para o plantio sustentável que além de garantir renda também colocou o estado do Pará, de forma mais específica a região do Xingu, como destaque mundial. O cacau brasileiro ultrapassou fronteiras chegando ao concurso que reúne as melhores amêndoas do planeta e garantindo premiações nos primeiros lugares do podium. Foi de Medicilândia o ouro e a prata, de propriedades que respeitam o meio ambiente usando o sistema agroflorestal que aproveita as árvores para fazer o sombreamento da lavoura.
“Nossa lavoura mais antiga tem 39 anos e é a mais produtiva da área, chegando a quase 3 quilos por planta. Isso se deve ao cuidado que dedicamos ao cultivo”, explica Robson Brogni.
O Robson do Sítio Ascurra mostra orgulhoso o certificado da segunda melhor amêndoa do mundo. Aqui o trabalho é feito em família e passado para a 3 a geração. O amor pela roça fez pai e filho escolherem o curso de engenharia agronômica. O Sítio Ascurra que produz cacau fino e fábrica chocolate de excelência virou referência para a CEPLAC.
“Como eu vejo muitos por aí que não tem a continuidade, o desejo de seguir, continuar o que os pais já fazem. Já tive vontade de morar e até estudar fora, mas acabei me apaixonando pela lavoura do cacau, principalmente na pandemia, quando as aulas eram online, acabei ficando mais aqui e me apaixonei”, revela Júlio Brogni.
Em 2024 a rota do cacau foi criada impulsionando a economia local trazendo pessoas de várias partes do Brasil e do mundo para conhecer o caminho da amêndoa até virar chocolate na região que é a maior produtora do fruto do Brasil. A Transamazônica é responsável por 40% da produção nacional. Quem vem aqui também quer conhecer a história de Miriam Federicci e do marido Leomar que cultivam a melhor amêndoa do mundo também no solo de Medicilândia, região sudoeste do Pará. Filha de sindicalista e agricultora, Miriam levou a bandeira do Brasil para a Europa e se emocionou com o título que dedicou ao pai Dema que morreu lutando pela preservação da floresta amazônica.
"Você acredita que seu pai estivesse vivo seria um orgulho para ele? (pergunta a repórter) Nossa Senhora, com certeza. É como ele falava, né: tem que preservar e a sustentabilidade é o que mais é cobrado neste concurso.", comentou.
Para 2025, a expectativa é de seguir crescendo na atividade buscando conhecimento técnico e expandindo áreas. Com a crise na África, a busca pela principal matéria-prima do chocolate fez o preço da amêndoa atingir um recorde na bolsa. O quilo chegou a ser comercializado em mais de R$ 50 reais no período da safra. Cacau que garante renda e que preserva a floresta, orgulho para o mundo, Brasil, Pará e Xingu, porque não é só plantar, é produzir com responsabilidade ambiental e social.
O Momento Agro é um oferecimento de Amigos do Campo, - Produzindo novas histórias. Sicredi - Não é só dinheiro. É ter com quem contar, e Intergrãos - Insumos e produtos agropecuários.