Um caso de uma suposta violência envolvendo um bebê de apenas 7 meses na cidade de Altamira, no sudoeste do Pará, ganhou repercussão nas redes sociais nesta sexta-feira (29). A criança foi hospitalizada após apresentar ferimentos graves nas partes íntimas, e a situação é investigada pela Polícia Civil.
A tia, que atualmente é tutora do bebê, relatou que recebeu uma criança com hematomas e lesões pelo corpo. Segundo ela, a mãe demonstrou desinteresse em acompanhar o filho às consultas médicas e não tinha sequer providenciado um cartão do Sistema Único de Sáude (SUS) para o bebê.
“O meu esposo chegou pra mim e falou que era para a gente levar ele (bebê), para consulta no postinho, aí eu falei pra mãe dele que era pra ela acompanhar a gente, mas ela se negou, e o menino não tinha nem cartão sus. Chamei meu esposo, dei um banho na criança, e quando eu vi os testículos da criança, eles já estavam inchados, vermelhos e roxeando.”, disse a tia.
Após a repercussão do caso, a tia da criança conta como percebeu o ferimento, que a fez levar o bebê até à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde o caso foi avaliado e considerado de urgência.
“Quando eu abri a fralda da criança, os testículos estavam abertos, então eu me desesperei com que estava acontecendo, porque eu não sabia o que estava acontecendo. Passamos na casa da Samara, e falamos pra ela pegar um mototáxi e descer para o UPA, que era para onde nós estávamos indo, aí ela falou que depois ela iria, e eu falei pra ela que a criança iria ficar internada. Meu esposo saiu, e me levou tentando me acalmar no meio da viagem. Fomos para a UPA, onde fomos atendidos muito bem, e agora não tenho mais informações, porque me impediram de entrar no HGA.”, afirmou a tia da criança.
Com o bebê internado após ter passado por uma cirurgia, a mulher afirma que a criança sofria maus tratos da mãe e do padrasto na na Gleba Assurini, área rural de Altamira.
“Eu e meu esposo, nós cuidamos melhor desse menino do que ela e o esposo dela na época. O esposo batia nela, e ela chegou no dia 30 de outubro com o pescoço machucado, ele batia na criança, super violento! Ela dizia pra mim que ele não gostava da criança, então eu e meu marido falamos que iríamos cuidar da criança."
Procurada pela equipe de reportagens, a mãe da criança conta outra versão.
“O fato aconteceu aqui na cidade, e até então ele estava na casa da minha irmã, nem ela soube explicar o que aconteceu. Ela passou a noite lá em casa, dizendo que o anus do neném tinha ficado aberto. Eu fui atrás de mototáxi e desci lá pra UPA, e quando eu me deparei com a situação eu fiquei nervosa, e perguntei pra ela oque tinha acontecido e ela disse pra mim que o bebê tinha dormido e estava esperando ele acordar, e quando abriu a fralda já estava naquela situação.”, afirmou a mãe da criança.
O caso ganhou repercussão após fotos da criança e do padrasto serem compartilhadas nas redes sociais, onde se atribuía a ele a responsabilidade pela violência contra o bebê. A mãe nega, e diz que estava separada do jovem há cerca de 15 dias, e que ele não estava na cidade na última semana.
“Está rolando em grupos, que o pai da criança teria feito aquilo, e eu queria dizer que não foi ele, a gente morava no Assurini, e até então a gente teve um conflito lá e eu vim embora de lá. E já tem quase um mês que já estamos separados e o fato aconteceu aqui na rua. Na delegacia eu estou sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar, eu estou falando tudo o que eu sei e eu falo pra eles investigarem ela.”, disse a mãe do bebê.
Ao ser informado sobre as denúncias, o homem divulgou um vídeo nas redes sociais, negou qualquer ato de violência contra o bebê, que ele registrou como filho. Indignado com as acusações, o jovem prometeu responsabilizar quem compartilhou o conteúdo.
A avó paterna paterna da criança, que compareceu à Delegacia Especializada ao Atendimento da Criança e do Adolescente (DEACA), prestou depoimento e passou informações à Polícia Civil, que agora conduz as investigações. A avô informou que irá solicitar a guarda da criança, que segue internada no Hospital Geral de Altamira (HGA). Um laudo com os resultados dos exames realizados na criança, devem revelar o que realmente aconteceu com o bebê.