Um incêndio criminoso em uma fazenda localizada em Vitória do Xingu, no sudoeste do Pará, foi flagrado na tarde da última segunda-feira (11), por helicópteros do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (GASP) em parceria com o 9º Grupamento Bombeiro Militar. Durante a operação, um homem, que seria funcionário do proprietário da fazenda, foi preso em flagrante. O dono da propriedade conseguiu fugir, deixando para trás uma caminhonete carregada com 600 litros de gasolina, que seria utilizada para intensificar o incêndio na vegetação.
A prisão ocorreu em um contexto de crise ambiental no Pará, que enfrenta uma série de queimadas ilegais e descontroladas. Desde o dia 27 de agosto de 2024, um decreto de emergência ambiental está em vigor, proibindo por 180 dias úteis qualquer tipo de queimada, mesmo as controladas. As queimadas têm gerado uma densa nuvem de fumaça que atinge várias cidades do estado, incluindo Altamira, vizinha de Vitória do Xingu.
Após o controle das chamas, as equipes de combate ao incêndio encaminharam o homem preso à Delegacia de Altamira, onde ele responderá pelos danos ambientais causados. O criminoso será enquadrado conforme a legislação estadual que proíbe queimadas não autorizadas. As autoridades ainda não revelaram a identidade do funcionário preso, nem do proprietário da fazenda, que permanece foragido.
O incêndio no sudoeste do Pará é apenas um dos muitos focos de queimadas registrados no estado. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até o dia 1º de novembro de 2024, o Brasil registrou 125 focos de incêndio, com mais de 90% deles concentrados na Amazônia. O estado do Pará lidera as estatísticas, com 57 focos registrados em apenas 24 horas, o que coloca a região do Xingu em alerta constante.
A operação Fênix, que visa o monitoramento e combate a incêndios ilegais, continuará a ser intensificada nas próximas semanas, para reduzir os focos de queimadas e identificar os responsáveis por esse crime ambiental. A investigação deverá esclarecer se as queimadas são parte de uma estratégia para dificultar as ações do governo no combate à destruição ambiental.