Na última quinta-feira (17), na cidade de Altamira, sudoeste do Pará, Passageiros da balsa que faz a travessia da Gleba Assurini para Altamira mostram o momento em que os técnicos manobravam o equipamento na tentativa de abrir caminho para a balsa. Segundo os passageiros, a balsa ficou girando por alguns minutos, mas apesar da tentativa de sair do lugar e seguir viagem completando a travessia do rio, a balsa continuou encalhada perto das pedras, e presa em um banco de areia.
Todos os dias partem centenas de pessoas para a cidade. Maior área agrícola da região, outra alternativa de atravessar o rio é pagar bem mais caro para seguir de lancha, mas isso, somente para os passageiros.
Quem vive na região do Assurini precisa escoar a produção, e isso inclui caminhões carregados com sacas de cacau ou cabeças de gado, ou veículos menores com carregamentos de banana, farinha, açaí, entre outros produtos. Com o rio cada vez mais seco, os produtores estão preocupados e não sabem o que fazer para evitar mais prejuízos.
Conforme o Boletim Hidrológico divulgado pela Agência Nacional das Águas (ANA) e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, as 7 regiões hidrográficas do Pará estão em situação de estiagem, quatro delas ao nível crítico.
Na região hidrográfica do Xingu, onde está Altamira, cinco pontos são monitorados: Altamira, que aparece em alerta de estiagem; Comunidades Boa Sorte, Cajueiro, Fazenda Rio Dourado e Porto de Moz, com estiagem declarada. Os números do relatório da última quinta-feira (17) mostram que o nível do rio Xingu, em Altamira, baixou 5 centímetros em apenas 3 dias, um volume de água que tem provocado desequilíbrio na região.
A seca que afeta a região tem origens em diversos fatores, entre eles, a estiagem. O volume de chuvas registrado na região em 2024, foi abaixo do esperado. Sem chuvas na região, e sem chuvas no Mato Grosso, onde está a nascente do rio Xingu, a situação deve se agravar, o que acendeu o alerta da empresa responsável pela administração da balsa.
Para tentar minimizar os impactos provocados pela redução do nível do rio, que está afetando diretamente a navegabilidade, a empresa sugere que os bancos de areia sejam removidos com a ajuda de balsas de extração. Uma dragagem no canal, que facilitaria a travessia nesse momento crítico.
Durante todo o dia a empresa tentou resolver a situação. Os técnicos fizeram várias manobras, mas a balsa não saiu do lugar. Outro rebocador foi enviado de Altamira até o local para puxar a balsa. A manobra levou tempo, e aumentou os custos da viagem.
Segundo uma meteorologista, as chuvas previstas para o final de 2024 e início de 2025 não devem minimizar os impactos, mas de forma gradual.