Devido à seca extrema, ribeirinhos atravessam o rio, empurrando o barco. Um grupo da Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, no rio Xingu, em Altamira, no sudoeste do Pará, precisou fazer isso para escoar as produções da comunidade até a cidade.

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“Com a falta de chuvas faz com que o rio cada dia diminua, deixando uma dificuldade total, para quem anda nessas regiões. Com a baixa do rio, dificulta a entrada de mercadoria nessa região”

A Reserva Extrativista fica localizada na Terra do Meio, há cerca de 500km de Altamira. Na comunidade habitam mais de 115 famílias. A melhor maneira de se chegar na comunidade é por meio de embarcações, mas devido à seca do rio, os moradores estão isolados. Segundo os ribeirinhos, essa é a maior estiagem registrada em 2 anos.

Devido às mudanças climáticas, os moradores de comunidades tradicionais precisam se adaptar mesmo dependendo da pesca e navegação nos rios e isso tem trazido prejuízos e grandes impactos. O município de Altamira decretou recentemente estado de emergência. “Lutando por um futuro, Amazônia preservada e melhor para que as futuras gerações, porque a nossa representação enquanto jovem e mulher nesses espaços é muito importante e necessário”, Ribeirinha Raiza Luna de Oliveira

Em Altamira, o nível do rio Xingu caiu de 2,52 metros para 2,39 metros. Nessas outras imagens é possível ver que as embarcações, como as voadeiras, tem dificuldade de atravessar o rio, principalmente em áreas onde tem muitas pedras. Os ribeirinhos tentam puxar uma das voadeiras que está com passageiros.

Segundo o biólogo, Felipe Bittioli, apesar de todos os anos os rios da Amazônia secarem e encherem novamente, os moradores mais antigos das comunidades comentam que a cada ano que passa, o tempo de seca e cheia dos rios tem sido maior, por influência das mudanças climáticas. A seca já é perceptível também no Rio Quati, na Reserva Extrativista Verde Para Sempre, em Porto de Moz.