O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) decretou a prisão preventiva do sequestrador e assassino de Sara Raabe, após a solicitação do Ministério Público do Pará (MPPA) durante a audiência de custódia, realizada na última segunda-feira (23).
Com a determinação da Justiça em Altamira, no sudoeste do Pará, não há prazo para Cleilton de Oliveira Gomes, de 26 anos, ser solto. A audiência de custódia aconteceu um dia após o suspeito ser identificado, capturado por um motorista de aplicativo e entregue pela população à polícia.
Assim que confessou aos policiais que participavam das buscas à Sara Raabe, onde estava o corpo da criança, ele foi levado para o Complexo Penitenciário em Vitória do Xingu, no sudoeste. Após ser detido no domingo (22), o clima era de tensão, um homem armado com um canivete, chegou a morder a orelha de Cleiton, que para não ser linchado, disse que a menina estava viva, o que levou as pessoas a entregarem ele à polícia.
Pouco tempo depois, as equipes retornaram para a mata, no Ramal do Cupiúba, na companhia do suspeito e acionaram o Instituto Médico Legal (IML). A chegada do IML pôs fim às esperanças da família e das mais de mil pessoas que se aglomeravam na estrada perto da entrada do ramal, de que a criança fosse encontrada com vida. Perto das 18h, enrolado em um saco plástico preto, o corpo deixou o local.
Cleilton estava preso temporariamente por suspeita de envolvimento na morte de Sara Raabe Silva do Nascimento, de 5 anos. Com a decisão, ele ficará detido por tempo indeterminado. Para a polícia, ele contou como agiu, e deu detalhes do crime, inclusive como violentou a menina.
"Em relação ao motivo [do crime], ele disse que apenas teve desejo. Ele desejou fazer aquilo e foi e fez. (...) Era uma área de difícil acesso [onde a criança foi encontrada], ainda na região de mata, aos fundos do igarapé, onde o bar ficava. E o Cleilton afirmou que andou por uma hora até esse local onde a menina foi encontrada. E lá ele estuprou ela e depois a matou.", afirma o delegado da Delegacia de Homicídios, Fhilipe Barreto.
Segundo a polícia, apesar de ter confessado o crime, Cleilton continua na condição de suspeito. Ele só passa a ser chamado de acusado com o término do inquérito policial e a denúncia do MPPA à Justiça. O caso ganhou repercussão nacional, e gerou revolta na população em Altamira. Após a morte da criança, a família deixou o imóvel no Ramal do Cupiúba, o local está fechado desde o dia do velório.
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