Indígenas de três etnias do Xingu voltaram a bloquear a BR-230 na manhã desta quinta-feira (26). As lideranças decidiram bloquear o km 27, trecho que liga Altamira até a Usina Hidrelétrica Belo Monte, no sudoeste do Pará. O grupo cobra o posicionamento da empresa construtora de Belo Monte e do próprio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em possível acordo citado durante uma reunião.
Essa é a segunda semana de bloqueios na Rodovia Transamazônica. Os indígenas pedem compensações e citam impactos com a construção da hidrelétrica, denunciado que o Plano Básico Ambiental não teria sido cumprido. Citam que o peixe e a caça ficaram escassos, que é necessário mais investimentos na área da saúde, educação, além do fornecimento de cotas de combustíveis.
"Nós não vamos sair daqui e ainda existe a possibilidade dos agricultores da Volta Grande do Xingu também se unirem a nós. Se for possivel fechamos Belo Monte,", disse Giliard Juruna, Cacique da Aldeia Miratu
Diferente do bloqueio anterior na terça-feira (24), dessa vez os manifestantes não irão liberar passagem para condutores e passageiros. Só ambulâncias e viaturas da polícia podem seguir viagem. A fila já ultrapassa 3 km de extensão na rodovia.
Na contrapartida, a Norte Energia emitiu nota citando que atende indígenas aldeados e moradores da área urbana. A nota menciona que a empresa investiu R$ 1,2 bilhão de reais com execução de 42 programas com acompanhamento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas.
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