Irailton Pereira da Silva foi condenado há mais de 37 anos de prisão pelo estupro e assassinato da estudante Gabriela Lopes, de 16 anos, na cidade de Pacajá, no sudoeste paraense. A sentença foi lida e proferida ainda no mesmo dia, após mais de 6 horas de julgamento.
Enquanto a sentença era lida pelo juiz, o acusado acompanhava atentamente e muitas vezes baixou a cabeça, e ainda chegou a pedir desculpas para a família vítima. O júri iniciou falando sobre o crime de homicídio e em seguida passou a falar sobre o estupro cometido contra Gabriela. Detalhes de como Irailton executou o delito foram explicados pelo magistrado. Segundo o juiz, ele aproveitou que a vítima estava sozinha em casa e já acompanhava a rotina da estudante.
“Não há dúvida de que esse crime abalou a sociedade e a família que vai ter que conviver com esse luto”, disse o juiz.
O julgamento aconteceu no fórum do município de Pacajá e foi acompanhado pelo advogado da família. “A defesa buscava a desclassificação de estupro seguido de morte e com o Ministério Público conseguimos essa pena. O caso Gabriela Lopes foi emblemático em Pacajá e hoje a justiça se fez”, afirma o advogado Rodney Itamar.
Preso desde o dia 10 de novembro de 2023, Irailton Pereira segue no presídio em Tucuruí, sudeste, e participou de forma online, por meio de videoconferência, a pedido da defesa dele. Na noite do assassinato, a irmã mais velha havia ido dormir na casa do namorado, e o pai estava na área rural, onde trabalhava em uma propriedade.
Segundo o depoimento, Irailton morava a menos de 100 metros da casa. O corpo de Gabriela foi encontrado pela irmã, no dia seguinte ao crime, a vítima estava com marcas de estrangulamento, e vários hematomas com sinais de defesa, levando a crer que a adolescente lutou com o invasor.
Vizinho da vítima, o acusado trabalhava como vendedor de picolé na cidade de Pacajá, e frequentava a mesma igreja que a adolescente e a família. Ele procurou a polícia e confessou o crime.
“No dia do acontecido ela tinha vindo buscar umas coisas dela antes de ir para escola, e estava esperando ansiosa pelo aniversário e foi o dia que aconteceu tudo. É muito difícil para gente falar algo. Gabriela tinha o sonho de ser independente e ela não teve a oportunidade de levar esse sonho adiante”,diz a dona de casa Ana Paula Scarparo.
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