Alta do cacau tem impulsionado o preço do chocolate. O consumidor já sente no bolso a diferença. Arthur Martins, Acadêmico de Medicina, consome chocolate sempre que pode e a preferência dele é pelas barras e trufas com alta porcentagem de cacau. O Momento Agro é um oferecimento de Amigos do Campo, - Produzindo novas histórias. Sicredi - Não é só dinheiro. É ter com quem contar, e Intergrãos - Insumos e produtos agropecuários.
"Gosto bastante, pois me dá energia para estudar, quando não tem café, vou no cacau.", afirma Arthur Martins. O acadêmico de Medicina já começou a sentir no bolso a alta no preço do produto que tem como principal matéria-prima as amêndoas de cacau.
Segundo um levantamento feito pela Kantar, os fabricantes de chocolate devem enfrentar um semestre mais desafiador. Devido à crise na África, que detém 60% da produção mundial do fruto, falta cacau no mercado, o que impulsiona a alta na bolsa de valores. Em um ano, a valorização da Commodity chegou a 121% no mercado internacional.
"Hoje a legislação prevê é que pelo menos o chocolate tem que ter 35% de massa de chocolate. O aumento chegou a R$ 70 reais o preço do quilo, hoje está em média de R$ 55 reais o que impacta diretamente no chocolate." diz o empresário Massaó Shimon.
Massaó faz parte da Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica, a primeira fábrica de chocolate de Medicilândia que abastece outras cidades paraenses como Altamira. Apesar de terem sócios que plantam cacau na região sudoeste do Pará, a maior produtora do Brasil, a indústria também enfrenta dificuldades para seguir com a prateleira cheia.
"A amêndoa que a gente usa é de qualidade, para fabricar ela o produtor precisa de 15 dias para finalizar. Com esse aumento, muitos produtores abriram mão dessa qualidade para vende logo, outro problema é o clima mais seco o que dificulta, existe uma escassez. A cooperativa tem contratos com outras empresas, tem empresa que quer 10 toneladas de cacau fino e não estamos conseguindo" afirma o empresário.
A Organização Internacional do Cacau aponta que houve um déficit de 439 mil toneladas na temporada de 2023/2024, o que supera cerca de 374 mil toneladas projetadas pela entidade em março desse ano. A Kantar levantou que no Brasil, a alta no chocolate foi de 18% de janeiro do ano passado até maio de 2024, e dependendo da região e do produto com mais cacau, o reajuste foi maior.
Em uma das lojas que vende chocolate o aumento foi de 25% até 30%. Uma trufa com sabor regional de cupuaçu a que mais sai no estabelecimento, antes custava R$ 3,55 e agora custa R$ 4,50. O desafio agora é seguir sem fazer com que o preço do chocolate fique mais salgado para o consumidor. "Nós tentamos diminuir nossa margem de lucro para fazer com que o preço não fique tão pesado". Segundo o academio ainda da para pagar pelo alimento. "Por enquanto, não sei no futuro".
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