Imagens de um ensaio para o desfile cívico de 7 de Setembro no Distrito de Moraes Almeida, em Itaituba, no sudoeste do Pará, chamaram a atenção pelo cenário. Enquanto as crianças se divertem e combinam coreografias, a fumaça espessa é que atrai os olhares.
Divididos em grupos, os estudantes estão acompanhados de professores e orientadores, que cuidam dos alunos e garantem a organização. O ensaio aconteceu em duas vias que estão em construção, no Distrito de Moraes.
Moradores da região, que registraram a cena, relatam que o Distrito está nessas condições, com o céu tomado pela fumaça de queimada, há pelo menos quatro dias. Sem chuva, por conta do verão amazônico, e com o clima seco, a fumaça, resultado dos incêndios, se acumula sobre as cidades, e não se dispersa.
A decisão do governador foi fundamentada após emissão de notas técnicas por parte dos órgãos de monitoramento, como o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas). Entre os pontos levantados pelos órgãos, foram destacados a escassez hídrica e os impactos do fenômeno La Niña em 2024, que têm intensificado a vulnerabilidade da região a desastres ambientais, incluindo incêndios florestais.
No último final de semana, um evento cultural na região, a Cavalgada de Novo Progresso, foi realizada sob intensa fumaça. Em um vídeo é possível ver uma criança coçando os olhos e tossindo enquanto as pessoas se divertiam. Para especialistas, a exposição à fumaça pode provocar sérios danos à saúde. Como tosse, falta de ar, chiados no peito e palpitações, doenças preexistentes que podem ser agravadas.