Cerca de 15 dias após o resgate e morte do gavião-real no município de Porto de Moz, no sudoeste do Pará, profissionais confirmaram por meio de exames de necropsia que animal morreu após ser baleado.
"Esse é o segundo risco principal para essa espécie, ela é muito caçada, as pessoas querem ver esse bicho na mão mesmo que seja morto e as pessoas matam por medo.", explica o biólogo Felipe Bittioli.
O caso foi registrado em uma área de reserva extrativista no último dia 14 de agosto. A ave acabou se chocando contra uma rede de energia, e caiu no chão com ferimentos na asa. Ao identificarem o que havia acontecido, analistas do Instituto Chico Mendes (ICMBio) iniciaram uma operação de resgate para salvar a vida do animal.
Além do ICMBio, Ibama, Norte Energia e uma equipe do Projeto Gavião Real prepararam tudo para que o filhote pudesse ser resgatado e levado até Altamira, sudoeste, onde foi submetido a uma avaliação com veterinário. Mas apesar de todo o cuidado, o filhote não resistiu.
O gavião-real é uma espécie considerada vulnerável à extinção, é um dos animais protegidos pelo Plano de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Endêmicas e Ameaçadas de Extinção da Fauna da Região do Baixo e Médio Xingu. O plano é uma parceria entre ICMBio, Norte Energia e Ibama, e busca garantir a preservação desta ave de rapina, que é facilmente identificável pelo tamanho, que pode chegar a cerca de 1 metro de altura, com uma envergadura de asas que pode ultrapassar 2 metros. A harpia tem uma plumagem cinza e branca, com penas em forma de crista na cabeça. As principais ameaças à sua sobrevivência incluem destruição do habitat, caça e perseguição, além da baixa taxa reprodutiva deste animal.
Mín. 22° Máx. 40°