Primeiro foi a internet no campo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2016 e 2023, 81% dos domicílios rurais tiveram acesso à rede, o que corresponde a mais de 70 milhões de conexões. E agora, conectados, os produtores também contam com a Inteligência Artificial (IA).
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"Hoje a IA é uma ida sem volta. O produtor precisa se adequar a isso, fazer mais o uso das tecnologias. Porque a cada dia vai aumentar isso nas propriedades.", afirma Italo Ferrari.
Ítalo é pecuarista em Altamira, no sudoeste do Pará. O foco da fazenda é a reprodução e a produção leiteira. Ele utiliza a inteligência artificial para criar planilhas de controle do rebanho de 80 bovinos.
Atividades que demoravam até uma hora para serem concluídas, agora ficam prontas em segundos. E as informações podem ser consultadas pelo celular.
"A gente usa um acompanhamento de peso de animais, tem um programa. Usa ainda aplicativos no celular para fazer o mapeamento de área, de onde nós podemos fazer a coleta para amostra de solo. A gente pode está georreferenciando o local.", afirma o pecuarista.
O que antes se pegava caro para fazer monitoramento nas propriedades, e além da Inteligência artificial, no Brasil o uso do drone tem crescido de forma surpreendente.
No país já são mais de 5 mil cadastrados no Sistema de Aeronaves Não-tripuladas para uso do agro brasileiro. Um aumento de 365% nos últimos dois anos. Mas a estimativa é que o número seja muito maior: pelo menos 12 mil estariam em operação só com pulverização no campo.
No Rancho São Bento de 30 hectares, o sobrevoo do drone faz parte da rotina do criador. "A gente usa o drone para mapear a propriedade, para verificar a pastagem, a gente usa o drone até pra ajudar a tocar o gado.", explica Italo Ferrari.
A Federação da Agricultura e da Pecuária do Pará quer que a tecnologia chegue com mais velocidades no campo. Por isso, regiões produtivas do estado, com destaque em atividades como a produção de cacau e a criação de bovinos, são visitadas por especialistas. Eles apresentam inovações tecnológicas em uma espécie de maratona de programação, o Hackaton.
"O Hackaton nada mais é do que uma iniciativa que vai reunir várias pessoas que podem pensar em uma solução para o que o mercado está pedindo, por exemplo, criando uma startup que pode ter muita aderência no mercado.", explica Leonardo Mártyres.
Os produtores querem aprender mais sobre tecnologia rural por vários motivos: alcançar novos mercados, identificar rapidamente problemas nas lavouras e pastagens, ter informações sobre mudanças climáticas e ainda contornar o desafio da falta de mão de obra. Segundo o relatório Agtech 2023, que faz um mapeamento da inovação no agro brasileiro, o crescimento da Inteligência Artificial no agronegócio nacional pode chegar a 300% até o final de 2024.
"Adianta muito o serviço nas propriedades, em muitas propriedades, está se substituindo mão de obra humana pela IA. (...) Tratores sem motorista, com piloto automático, com o uso de aplicativos as máquinas não usam combustível sem precisão, tem fazenda que chegou a economizar 80% do combustível.", finaliza Italo Ferrari.
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