Seu Valdecyr é capixaba, mas escolheu morar no Norte do país, "Eu já me considero um paraense por adoção". Na fazenda Sayonara em Brasil Novo, sudoeste do Pará, o foco é o melhoramento genético. A propriedade foi pioneira na região, iniciando no ramo ainda em 2000, mostrando que a ciência e a pecuária devem ser aliadas.
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A propriedade que já integra lavoura-pecuária tem 600 hectares e cria aproximadamente mil animais de pura origem cadastrados no Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos no Brasil. A raça nelore é originária da Índia. Por ser resistente a pragas e doenças e ao clima quente, se adaptou e virou a preferida dos criadores brasileiros, o que também garante abastecimento de carne.
"A gente estará ofertando 60 reprodutores de alto padrão racial, alta carcaça, animais de 700 a 880 kg. Animais de 24 a 30 meses de idade. Isso vem mostrando o trabalho que a gente fez lá atrás de fertilização das fêmeas. São animais que trazem biotipo moderno, com maior profundidade de costela. Animais com esse perfil são mais produtivos tanto para produzir carne quanto leite." Diz Rodrigo Belique.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos apontou que o Brasil e a Austrália são os principais exportadores mundiais de carne, na liderança o território brasileiro que tem expectativa de atingir esse ano a marca de 2,85 milhões de toneladas da proteína. O que significa 100 mil a mais do que em 2023.
O Brasil tem mais de 234 milhões de bovinos, desses, 26 milhões estão no Pará. O desafio de quem cria aqui é enfrentar a queda no preço do gado e a estiagem no período mais quente do ano que iniciou em julho e segue dezembro, provocando escassez de pasto. Além de estocar comida, investir em confinamento, nessa lista deve entrar a escolha de uma genética de qualidade.
"No momento difícil, como hoje que o gado está com preço baixo, se você tem uma boa produção de arroba na fazenda, você tem um ganho maior, para o pecuarista ganhar mais dinheiro. A velocidade do ganho de peso para encurtar o ciclo é o fator principal do melhoramento genético. Para quem trabalha com gado de corte não pode abater um boi com 3 ou 4 anos. O animal precisa ser abatido com 30 meses, o ideal é 24 meses e só consegue com melhoramento genético e nutrição". Diz o pecuarista Rodrigo Belique.
O médico veterinário Leonardo, tem a missão de conscientizar pequenos e médios pecuaristas para também fazer esse tipo de investimento. Diferente de outras regiões como sudeste, centro-oeste e sul, por aqui, as práticas tecnologias começam a avançar agora. "O melhoramento genético vem para agregar. A gente consegue desmamar esse bezerro mais cedo, conseguimos um abate mais cedo, uma receita bruta melhor dentro da fazenda". Afirma o médico.
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