Enquanto o mundo ainda lida com as consequências da pandemia de Covid-19, uma nova ameaça à saúde pública está ganhando força: a Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou recentemente que o surto de Mpox em 2024 atingiu o nível de emergência de saúde pública internacional, com mais de 16.000 casos registrados somente na República Democrática do Congo e mais de 500 mortes confirmadas.
No Brasil, a situação também é preocupante. Desde o início de 2024, o país reportou 709 casos de Mpox e 16 mortes, sendo o surto mais recente concentrado no Rio de Janeiro. Este novo surto afeta principalmente populações vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens (HSH) e pessoas vivendo com HIV, revelando a necessidade urgente de intensificar as campanhas de conscientização e vigilância epidemiológica.
Apesar da gravidade, o Ministério da Saúde do Brasil afirma que o risco geral para a população ainda é considerado baixo, mas medidas preventivas estão sendo adotadas, como a criação de um comitê de emergência para monitorar a situação e analisar a possível necessidade de vacinação.
A Mpox é uma doença viral zoonótica, o que significa que é transmitida de animais para humanos. O vírus foi identificado pela primeira vez em 1958, durante surtos em colônias de macacos usados para pesquisa, daí o nome inicial "varíola dos macacos". No entanto, a doença pode afetar vários tipos de animais e humanos, e sua propagação entre pessoas ocorre principalmente através do contato direto com lesões, fluidos corporais, ou materiais contaminados, como roupas de cama. O vírus também pode ser transmitido por gotículas respiratórias em interações próximas e prolongadas.
Os sintomas da Mpox começam geralmente com febre, dores de cabeça, dores musculares e cansaço. Um dos sinais mais característicos são as erupções cutâneas que podem aparecer em várias partes do corpo, incluindo rosto, mãos, pés, genitais e mucosas. As erupções evoluem para lesões preenchidas com líquido, que eventualmente formam crostas e caem. Em alguns casos, a doença pode causar complicações mais graves, como infecções secundárias e cicatrizes permanentes.
A propagação da Mpox é um motivo de grande preocupação, especialmente em ambientes com alta densidade populacional e em áreas com acesso limitado a cuidados de saúde. A rápida identificação e isolamento de casos, e a vacinação de populações de risco, são medidas essenciais para controlar o surto e prevenir uma disseminação ainda maior.