Uma viagem de Uruará a Altamira, no sudoeste do Pará, marcada para resolver assuntos de trabalho, se transformou e uma dor de cabeça para um passageiro, após ele descobrir que uma empresa de transporte interestadual vendeu três passagens para uma mesma poltrona para a viagem.
"Cheguei na agência, comprei a passagem por volta de uma hora da manhã. Quando cheguei lá, comprei a passagem, a poltrona 35, recebi o papelzinho comprovante da minha passagem. Só que quando o ônibus chegou, que o ônibus vinha de Santarém, destino a Altamira, já havia uma pessoa na poltrona 35, no caso só tinha mais uma vaga, só tinha essa vaga, no caso. Inclusive, com o mesmo bilhete de número, reservado", afirma o passageiro.
O caso denunciado pelo jovem aconteceu na madrugada de sábado (20). O bilhete comprado por ele, mostra o número da poltrona, o horário e as datas, o que comprova a história. Segundo ele, outras duas pessoas estavam com os bilhetes para a poltrona 35 nas mãos, o que gerou uma confusão no local e muita discussão.
"Verificamos no sistema, eles verificaram o sistema e além dessas duas pessoas havia mais uma pessoa lá que havia comprado a mesma poltrona, no caso, a poltrona 35, e aí como havia uma vaga essa terceira pessoa ficou nessa vaga que estava disponível e aí teve uma pequena confusão dentro do ônibus", explicou.
"A pessoa que já tinha comprado também acabou se alterando lá e resolveu ficar na poltrona. Não tiraram ela da poltrona, era uma senhora, ela ficou nessa poltrona e para finalizar a história, eu acabei vindo sentado do lado do motorista. Antes eu conversei com eles, questionei em relação a isso que aconteceu se foi uma falha no sistema, se era a primeira vez que aquilo já havia acontecido e aí o que eles me falaram que eles haviam vendido três poltronas com o mesmo número"
"Eles não poderiam tirar as pessoas e nem poderiam reembolsar o meu dinheiro porque, segundo eles, a empresa não faz esse tipo de reembolso, não devolve nenhum dinheiro", explicou o passageiro.
Imagens enviadas pelo passageiro mostram a situação, ele sentado ao lado do motorista, já na estrada. "Saímos acabamos saindo atrasado de Uruará, que era para a gente ter saído por volta de uma e meia da manhã, nós saímos duas e meia da manhã e eu fiquei de duas [horas] e meia de Uruará até Medicilândia. No caso, chegamos a Medicilândia cinco horas da manhã, eu sentado do lado do motorista, sem conseguir esticar as costas, sem conseguir dormir em uma posição muito ruim, desconfortável."
Nossa equipe procurou a empresa alvo da denúncia, no Terminal Rodoviário em Altamira. Após conversar com a assessoria de imprensa e o setor jurídico da empresa, um funcionário negou que tenha ocorrido duplicidade na venda de passagens, segundo ele, o que houve foi um mal-entendido.
O ônibus viria para Altamira, local para onde o passageiro havia comprado o bilhete de viagem. Segundo a empresa de transporte, não houve venda de bilhetes a mais para uma mesma poltrona, mas a marcação errada de datas pelos passageiros. O problema teria sido identificado no terminal em Uruará, mas como não houve acordo, duas pessoas compraram um novo bilhete e seguiram viagem.
A empresa informou ainda que o bilhete comprado anteriormente tem validade de um ano, e conforme resolução da Arcon, pode ser remarcado a qualquer momento. Para evitar novos transtornos, a empresa informou que não iria cobrar a taxa de 20% da remarcação prevista na resolução. Para reforçar a denúncia, o passageiro enviou um vídeo gravado ao lado do motorista, mostrando um trecho da viagem.
A venda de passagens em duplicidade é uma prática considerada ilegal, que cabe processo por danos morais, entre outras implicações com base no código de defesa do consumidor. Com o bilhete nas mãos, e já em seu destino final, o passageiro promete processar a empresa, e denunciar o caso às autoridades.
Mín. 22° Máx. 40°