Adailton, Torotty e Edson são da etnia Arara e viajaram para o Rio de Janeiro para participar do Festival de Inverno que acontece em várias cidades do estado. Eles levaram na bagagem a cultura dos povos tradicionais do Xingu, na região sudoeste paraense.
"Sou artesão da Volta Grande do Xingu, estamos aqui em Nova Friburgo e fomos convidados pelo SESC. (...) Pra mim é uma felicidade representar meu povo, mostrar um pouco da nossa luta, trazer mais visibilidade.", afirma Torotty Arara.
As oficinas ensinaram crianças e adolescentes sobre técnicas, grafias utilizadas pelos povos tradicionais nas aldeias. "Minha tarefa é ensinar a técnica de tecido que se baseia em fazer o desenho, passar para o molde e pintar o tecido.", explica Torotty.
Além dos Arara, o povo Juruna também recebeu o convite feito por conta do trabalho de uma pesquisadora que faz doutorado em Ciência Ambiental na Universidade de São Paulo. Renata estuda as pinturas feitas pelos indígenas que retratam a convivência com a natureza.
"Faço parte de um projeto que envolve três países; Equador, Colômbia e Brasil. O trabalho foi apresentado no seminário internacional 'Conectar a Fronteira Amazônica: fluidez artística e cultural na primeira modernidade'. E aí quando apresentei o trabalho, um curador do Festival e se interessou pelo trabalho dos indígenas.", afirma a pesquisadora Renata Utsunomiya.
Torotty é o representante do povo Arara e já viajou para a capital paraense, Brasília no DF e agora Rio de Janeiro. A intenção dele é mostrar que os povos da floresta usam também a cultura para perpetuar luta e resistência.