Duas pessoas que foram presas durante a Operação "Ápia", deflagrada em Anapu, no sudoeste do Pará, no último dia 9 de julho, foram soltas pela Justiça. Segundo o advogado de defesa, houve ilegalidade nas prisões dos suspeitos.
"Com muita responsabilidade e respeito a Constituição Federal, o juiz acertadamente colocou em liberdade essas pessoas, então é com muita tristeza que eu vejo o nosso município ser palco de mídia negativa.", afirma Messias Costa.
Agora, os dois custodiados irão responder o processo em liberdade. O terceiro suspeito continua detido no Complexo Penitenciário de Vitória do Xingu.
"A constituição não prevê e não dá direito a algumas autoridades policiais a adentrar em um domicílio já falando que vai levar para delegacia sem ao menos explicar do que se trata. Não é assim que o jogo funciona, tem que ter o mandado de prisão e de busca e apreensão. Tem que ter o relatório muito bem feito e conduzido pelas investigações, para que você possa conduzir alguém para a delegacia e passe com o juiz."
O trio foi preso após uma operação realizada pela Polícia Civil. O grupo criminoso era liderado por Bergues Amorim Chaves, envolvido em grilagem de terras e diversos homicídios em Anapu, Pacajá e Senador Porfírio. A ação teve como objetivo desarticular o grupo que era responsável pela violência e crimes contra a população local.
Segundo a polícia, o grupo além de expulsar as pessoas das terras, também executava quem era contra a ação criminosa. No local do acampamento, onde o trio usava para se esconder e articular o plano, foi encontrada uma cova onde havia um corpo em estágio avançado de decomposição.
Além disso, houve apreensão de armas, munições, drogas, sementes para plantação e cultivo e até mesmo um colete da Polícia Civil. Rádios foram apreendidos, o que demonstra que os criminosos agiam organizadamente. A ação contou com o apoio da Diretoria de Polícia do Interior (DPI), por meio da Superintendência Regional de Altamira, sendo coordenada pela Delegacia de Repressão a Facções Criminosas.
Com o terceiro envolvido ainda preso, a defesa espera conseguir que ele também responda em liberdade. Por meio de nota, a Polícia Civil informou que as prisões foram feitas de acordo com a legislação vigente e os flagrantes homologados pela Justiça.
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