Uma mobilização feita por lideranças sociais da região com órgãos municipais de Uruará, no sudoeste do Pará, garantiu que o corpo de Eliane Correa Ramos fosse levado para a cidade natal dela, Macapá, no estado do Amapá, onde a família mora.
Eliane foi vítima de feminicídio no último dia 2 de julho. Segundo testemunhas, o marido, Francisco dos Santos Silva, a matou com um tiro de espingarda e depois fugiu. Eliane deixou 2 filhos adolescentes e 4 crianças, a caçula só tem 1 ano e 8 meses. Eles não são filhos do criminoso, o pai também já faleceu.
Com o dinheiro arrecado e com o caso sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar, os 6 filhos retornaram para a família materna no estado do Amapá. Eliane teria comentado com uma amiga que queria separar de Francisco, mas que não tinha para onde ir com os filhos.
Esse é um dos desafios encontrados pelo movimento de mulheres, que observa que muitas vítimas não denunciam o agressor por medo ou por falta de assistência financeira. No ano passado, foram 1.463 ocorrências de feminicídio no Brasil e 55 no Pará.
"Nós dos movimentos [sociais] não queremos estar socorrendo atrás do caldo derramado, nós queremos fazer com que o estado enxergue a prevenção, prevenir antes de acontecer. Punir, de fato, esses agressores. Dar um tapa numa mulher? Tem que ser punido. Por que esse tapa? Ele tem que responder por essa agressão... essa perseguição mental que os homens jogam contra a mente, o pensamento e o corpo das mulheres... porque quem sofre com tudo isso é a base, são os filhos que estão dentro de casa vendo tudo isso.", afirma Mônica Brito.
A família de Eliane Correa Ramos segue cobrando justiça. Após quase 10 dias desde que o crime foi registrado, Francisco dos Santos Silva segue foragido e está sendo procurado pela polícia. Informações que possam ajudar na localização de Francisco podem ser feitas ao 181 ou 190.
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