O ex-namorado de Isabelly Aparecida Ferreira Moro foi identificado como o mandante do ataque com soda cáustica que deixou a jovem gravemente ferida, conforme denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR). O homem, já preso por outros crimes, teria planejado o ataque ocorrido em maio, em uma rua de Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Paraná.
Isabelly foi atacada enquanto se dirigia à academia e precisou ser internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A agressora, Débora Custódio, atual companheira do ex-namorado de Isabelly, foi presa dois dias após o ataque.
Investigações do MP-PR, baseadas em dados extraídos do celular de Débora, revelaram que o homem de 28 anos organizou o crime mesmo estando preso. Ele pressionou e convenceu Débora a atacar Isabelly, detalhando o disfarce, a peruca e a roupa que ela deveria usar, além de como se esconder após o crime.
"Eles conversam sobre o disfarce, sobre a peruca, sobre a roupa, como ela iria se esconder depois que praticasse o crime. Ele exerce uma pressão nela para cometer o crime. Em alguns momentos, ela diz que não vai fazer, chega a recuar na prática do crime, mas ele determina que ela faça", afirmou a delegada Caroline Fernandes, responsável pelo caso.
Débora estudou a rotina de Isabelly para surpreendê-la, conforme as investigações. Áudios armazenados no celular da suspeita indicam a motivação do crime, e o MP concluiu que o homem tinha "verdadeiro domínio do fato criminoso".
Os advogados de Débora, Jean Campos e Laís Vieira, declararam que ela agiu "sob coação, executando o crime por medo e temor, sem ter outra alternativa". O advogado Igor Ogar, que defende o ex-namorado de Isabelly, negou a tentativa de homicídio, afirmando que não há provas de dolo na conduta do cliente.
O ex-namorado de Isabelly está preso preventivamente desde fevereiro de 2024 por roubo majorado por concurso de pessoas e emprego de arma branca. Após a descoberta dos áudios no celular de Débora, a Polícia Civil instaurou um novo inquérito policial para apurar sua conduta.
Ele foi denunciado por tentativa de homicídio qualificado, com as qualificadoras de uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, emprego de meio cruel, feminicídio e motivo torpe. O MP acredita que o crime foi motivado pelo sentimento de posse e vingança do homem em relação ao término do relacionamento com Isabelly, enquanto Débora agiu por ciúmes e inveja da vítima. Débora Custódio foi denunciada pelos mesmos crimes.
Isabelly sofreu queimaduras no rosto, peito e boca, e foi sedada, intubada e internada por 17 dias na UTI do Centro de Tratamento de Queimados. Embora a soda cáustica tenha atingido várias partes de seu corpo, Isabelly não ficou com sequelas visíveis. Em alguns casos, o produto pode causar queimaduras de até terceiro grau.