Em um intervalo de apenas dois meses e meio, dois acidentes graves envolvendo aeronaves aconteceram na região do Xingu, levantando preocupações sobre a segurança aérea. O último registro foi no mês de junho, quando Rosilvaldo José Cardoso, um experiente piloto de helicóptero, morreu após a aeronave em que ele estava cair.
O piloto realizava um sobrevoo de reconhecimento em uma fazenda localizada a 50 km da sede de Brasil Novo, no sudoeste do Pará, quando a aeronave colidiu com uma fiação elétrica, derrubando um poste de energia. O acidente aconteceu entre 08h30 e 09h da manhã, do último sábado (29), segundo testemunhas.
Rosilvaldo José, que trabalhava para uma empresa de fotografia rural, decidiu fazer o voo sozinho para avaliar a área antes de sair com o fotógrafo. Colegas que estavam na propriedade acreditam que a neblina densa pode ter contribuído para a colisão.
A queda do helicóptero causou a interrupção do fornecimento de energia na região do Travessão da 15. Amigos de Rosilvaldo ouviram o impacto e correram para o local, encontrando-o ainda com vida usando o cinto de segurança. Apesar do resgate, o piloto não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital, com a causa da morte registrada no boletim de ocorrências como múltiplas fraturas.
Em abril de 2024, outro grave acidente aconteceu na área rural de Altamira, sudoeste, no Ramal São Francisco. Um avião agrícola, que estava com o Certificado de Verificação de Trafegabilidade vencido desde 2017, caiu antes de chegar a Brasil Novo, onde realizaria um trabalho de pulverização.
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) proíbe o transporte de ajudantes em aviões agrícolas, mas o acidente envolveu dois tripulantes que conseguiram saltar antes da queda. O piloto Paulo Riato, de 62 anos, sofreu trauma no tórax e costelas, enquanto o passageiro Gabriel Ribeiro, de 35 anos, teve fraturas no fêmur e nos dedos da mão.
O monomotor Ipanema, fabricado pela Embraer em 1982, foi destruído pelas chamas, deixando os agricultores que estavam no local assustados. A equipe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA), que faz parte do CENIPA, realizou uma perícia detalhada no local, coletando fotos e materiais para auxiliar na investigação.