A noite desta terça-feira (11) foi de fiscalização nas ruas de Pacajá, no sudoeste do Pará, com foco na segurança da população. Intitulada "Pacajá Segura", a operação foi uma das maiores já realizadas no município e contou com a participação de policiais civis, policiais militares, agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) e Ministério Público do Estado (MPPE).
A operação foi deflagrada após o número de acidentes aumentar na cidade, alguns, fatais. A exemplo da jovem Gisele Brasil Pereira, de 28 anos, que morreu no último dia 1º de maio, após a moto em que ela estava na companhia do marido ser atingida por uma caminhonete em alta velocidade. Vídeos de câmeras de vigilância mostraram a violência da batida.
O casal foi arremessado contra a via. Gisele estava na garupa da moto e recebeu todo o impacto da batida, grávida de 6 meses, ela morreu na hora. O marido ficou gravemente ferido e após ser socorrido por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e dar entrada no hospital em Pacajá, precisou ser transferido para o Hospital Regional em Tucuruí.
Com visíveis sinais de embriaguez, o motorista da caminhonete abandonou o veículo e saiu caminhando com dificuldade até outra caminhonete, e fugiu do local. A cena foi registrada por populares, pouco tempo depois, ele foi localizado e preso pela Polícia Militar. Conhecido na região, João Vicente teria histórico de condução perigosa e já havia se envolvido em outros acidentes.
A morte da jovem que esperava uma menina provocou revolta e comoção na população, que cobrou mais fiscalização por parte das autoridades, e levou o Ministério Público do Estado a intervir e solicitar uma ação mais enérgica. Como medida para frear os registros de acidentes de trânsito e coibir as imprudências, as equipes de fiscalização percorreram os pontos mais críticos na cidade, incluindo a BR-230.
Durante a ação, três adolescentes foram flagrados conduzindo veículos, e acabaram apreendidos e levados para a delegacia até a identificação dos pais ou responsáveis. Segundo a polícia, os pais foram localizados e podem responder criminalmente com base no artigo 310 do Código de Trânsito Brasileiro. Que define como crime entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, cuja pena varia de 6 meses a um 1 ano de prisão e multa.
O jornalismo da Vale do Xingu conseguiu apurar que o marido de Gisele, vítima do trânsito em Pacajá, sobreviveu e já recebeu alta do hospital. Por meio de comunicado, a Polícia Civil do Pará informou que o caso foi concluído e encaminhado à Justiça.