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Jovem atacada com soda cáustica relembra momentos do ataque: 'pegando fogo'

Isabelly Moro, de 23 anos, descreve a dor intensa e o susto ao ser atingida pelo produto corrosivo

Markelle Lereno
Por: Markelle Lereno Fonte: RPC | G1 Norte e Noroeste
11/06/2024 às 09h37 Atualizada em 11/06/2024 às 09h51
Jovem atacada com soda cáustica relembra momentos do ataque: 'pegando fogo'
Foto: Foto: Reprodução/RPC

A jovem Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, relembrou o susto que viveu ao ser atacada com soda cáustica em uma rua de Jacarezinho, no norte do Paraná. Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo, Isabelly contou que, ao ser atingida pelo produto, sentiu uma dor intensa e a sensação de que sua pele estava "pegando fogo". A jovem estava internada desde o dia 22 de maio e recebeu alta hospitalar no último sábado (8).

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"Eu só senti a dor, porque atingiu meu olho. Queimava demais, parecia que estava pegando fogo. Eu só saí e pedi socorro. Cheguei no hospital... Depois do hospital, eu não lembro de mais nada", relatou Isabelly.

Apesar das múltiplas partes do corpo atingidas pela soda cáustica, Isabelly não apresenta sequelas visíveis. Ela ainda está em processo de recuperação, que inclui uma dieta de alimentos pastosos e gelados e o uso de antibióticos devido a uma pneumonia adquirida durante a internação.

"A boca foi o que mais atingiu. O cabelo também danificou, era mais longo. Parte dos seios também, bastante. Mas eu estou bem, graças a Deus [...] Estou me recuperando aos poucos, só de estar em casa já é um alívio", disse Isabelly.

Débora Custódio, de 22 anos, foi detida dois dias após o ataque e confessou o crime à polícia. Segundo as autoridades, o ataque foi motivado por ciúmes, já que Isabelly é ex-namorada do atual companheiro de Débora. A suspeita foi indiciada por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e tentativa de feminicídio.

O advogado de Débora, Jean Campos, solicitou exames de sanidade mental para a cliente e sua transferência para uma cela isolada.

Em depoimento à RPC, Isabelly contou que viu uma pessoa com roupas masculinas e peruca enquanto ia para a academia. "Na hora eu assustei e fui tentar atravessar a rua, e eu lembro que ela veio e jogou o produto em mim", afirmou a jovem.

Após ser levada ao hospital, Isabelly ficou desacordada por três dias e precisou ser entubada. Quando acordou, a família optou por não revelar imediatamente a identidade da suspeita, informação que a jovem acabou descobrindo pela televisão.

"Quando eu acordei, eu não sabia o que estava acontecendo, eu não sabia quem era, o motivo, não sabia. Eu demorei para ficar sabendo porque eles [família] demoraram para me contar. Eu fui ficar sabendo depois de uma semana porque eu vi na televisão, passando. A gente não espera... É maldade, uma crueldade.", disse a jovem.

Durante a investigação, Débora afirmou que cometeu o crime porque sentia que Isabelly a provocava com olhares de deboche. No entanto, Isabelly negou ter qualquer contato com a suspeita ou com o atual namorado dela, afirmando que terminou o relacionamento em janeiro e nunca recebeu ameaças de Débora.

"Eu nunca dirigi a palavra a ela, nunca fiquei encarando ela. Pra mim é uma pessoa que era invisível [...] Então, eu não sei o que é provocar, porque a partir do momento que você não dirige a palavra à outra pessoa, que você não olha, não tem como se sentir provocada.", afirmou Isabelly.

A delegada Carolinne dos Santos, da Polícia Civil do Paraná (PC-PR), afirmou que o crime foi premeditado. Débora confessou que sabia o horário de Isabelly e havia comprado a soda cáustica cerca de 15 dias antes do ataque. No momento do crime, Débora usava peruca e roupas largas.

O ataque contra Isabelly ocorreu na Alameda Padre Magno, na região central de Jacarezinho, e foi registrado por uma câmera de monitoramento que mostrou a jovem correndo em busca de ajuda após ser atingida pela substância. Inicialmente, a polícia acreditava que Isabelly tinha sido atacada com ácido.

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