Beilane Guedes dos Santos, amiga e empregada de Jacqueline Maria do Socorro Vieira Cunha, sentou no banco dos réus, nesta quinta-feira (23), a poucos dias do crime completar 2 anos. Com o tribunal do júri lotado, ela e os dois comparsas entraram de cabeça baixa, sem dizer uma única palavra.
O crime que chocou a opinião pública em Porto de Moz, no sudoeste do Pará, em junho de 2022, foi praticado com crueldade, e planejado por quem conhecia a vítima e tinha total controle sobre os horários, além de ter informações privilegiadas sobre os bens.
Muito conhecida na cidade, Jacqueline costumava manter contato diário com amigos e sempre mandava mensagens ou ligava. Após um dia intenso de trabalho no sábado, dia 5 de junho, ela desapareceu e não deu mais notícias. No domingo, amigos, já muito preocupados, começaram a fazer perguntas sobre ela, e foram até o imóvel, foi aí que um plano perverso foi descoberto.
Com a casa revirada, e sem notícias de Jacqueline, amigos da vítima acionaram a polícia. Com a ajuda de imagens do circuito de vigilância, eles tiveram acesso às imagens do sequestro. Amarrada, Jacqueline foi levada por dois homens e Beilane dando cobertura. Confrontada pela polícia, ela não conseguiu negar o crime.
Chorando muito, ela confessou à polícia que planejou o crime. Com a ajuda do namorado e de um amigo dele, eles sequestraram Jacqueline e após assassinarem a vítima enterraram o corpo em uma cova rasa. Apesar de negar no início, a empregada, que trabalhava há 20 anos com a empresária, confessou que planejou o crime para ficar com as joias e vários objetos de valor que a patroa mantinha na casa.
Após prender Beilane e o namorado, a polícia foi até o local onde o corpo foi enterrado. A mulher indicou a cova e os dois ajudaram a retirar o corpo da vítima do local. As imagens fortes provocaram revolta na cidade. Para garantir a integridade dos suspeitos, a polícia solicitou a transferência do casal, e no dia seguinte anunciou a prisão do terceiro suspeito.
Faltando poucos dias para completar dois anos do crime, os responsáveis pela morte de Jacqueline chegaram à cidade de Porto de Moz. O julgamento movimentou o município, e mobilizou uma multidão. Amigos, conhecidos, moradores de Porto de Moz revoltados com o caso foram para o prédio da justiça, e acompanharam de perto o júri.
Considerado um dos júris mais esperados dos últimos anos, o julgamento de Beilane Guedes Silva, o antigo namorado, Wendel Silva Bezerra Castro e Renei Silva Bezerra conta com um forte aparato policial. Dezenas de agentes, entre policiais penais, policiais civis e militares, reforçam a segurança dentro e fora do tribunal. O transporte dos réus também contou com reforço policial e os agentes mantêm atenção redobrada na cidade para evitar tentativas de linchamento.
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