Marcos Bergamin Covre é altamirense, mas há 3 anos vive com a família em Canoas, no Rio Grande do Sul. Uma das cidades afetadas com a cheia do rio Guaíba. O médico escolheu a cidade gaúcha para fazer a especialização em cardiologia e nunca imaginou ver cenas de destruição e de municípios que desapareceram com as inundações.
"A situação daqui tá muito difícil, teve pessoas que perderam tudo. (...) Tenho uma amiga enfermeira, mãe, que mora em uma casa que construiu com muita dificuldade ao longo dos anos, perdeu tudo, saiu com as filhas, não conseguiu pegar as filhas e hoje está no abrigo.", relata o médico.
O condomínio onde Marcos está com a esposa e os três filhos fica em uma área que não foi atingida. A família ajuda os sobreviventes que estão em escolas e outros espaços maiores da cidade que faz divisa com a capital Porto Alegre. A preocupação é que começa a faltar comida e água.
"Estou sem água potável, boa parte não foi atingida, mas está sem energia elétrica. Os abrigos estão lotados, muita gente precisando de roupas, roupa íntima.", afirma Marcos.
Um dos alertas do governo gaúcho é que os moradores que têm como deixar o estado saiam o mais rápido possível pelo racionamento de comida nos supermercados. Uma crise que choca o Brasil e que mobiliza quem está a quilômetros de distância.
Em Altamira, sudoeste do Pará, onde a família de Carlos Magno vive, vários pontos de coleta de alimentos, água e roupas e produtos de higiene foram montados. São mais de 90 mortes registradas, mais de 800 mil pessoas afetadas em quase 400 cidades do Rio Grande do Sul. A solidariedade do Norte chegará até o sul como uma forma de amenizar tanto sofrimento.