Considerada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) como a segunda área de proteção mais desmatada entre 2019 e 2022, a Terra Indígena Ituna Itatá fica localizada no médio Xingu, em Senador José Porfírio, sudoeste do Pará.
Em 2011 a área passou a ser interditada para a entrada de não indígenas, apesar disso, as ocupações ilegais aumentaram e isso incluiu a criação de gado e demarcação de lotes entre os invasores. Para tentar pôr um fim às invasões, uma ação judicial autorizou a retirada de garimpeiros e criadores de gado que estavam vivendo ilegalmente na área.
Intitulada "Eraha Tapiro", a operação que significa "levar o boi" na língua Assurini, a operação foi deflagrada em 2022, mas apenas em 2023 equipes de fiscalização iniciaram o trabalho de retirada do gado e das pessoas que mantinham pequenas propriedades na região.
A ação judicial determina que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) crie mecanismos de proteção à Terra Indígena Ituna Itatá onde há registro de um povo isolado do Igarapé Ipiaçava, e garanta serviços básicos para esses povos. Segundo o Ibama, mais de 1,7 mil animais já foram retirados da região.
A decisão de reforçar a proteção na área e enviar agentes da Força Nacional para Senador José Porfírio foi publicada nesta quinta-feira (2) e prevê a permanência dos agentes na região por 90 dias. A medida foi tomada com objetivo de consolidar os estudos de localização dos indígenas isolados.
O início da operação em 2023 foi conturbado, e chegou a ser interrompido, mas com uma nova decisão da justiça, a operação foi reiniciada, as equipes policiais e de fiscalização enfrentaram resistência por parte dos ocupantes irregulares, que se manifestaram exigindo o direito de serem ouvidos. Dados do Ibama mostram que durante as primeiras fases da operação foram fechados garimpos ilegais na Terra Indígena Ituna Itatá e apreendidos mais de R$ 2 milhões de reais em equipamentos e maquinários.