Avião agrícola que caiu em Altamira está com licença vencida 

Na consulta ao registro aeronáutico brasileiro (RAB) consta que o avião PTGYQ tem operação negada para táxi aéreo. A aeronave está com o Certificado de Verificação de Trafegabilidade vencido desde 2017. O monomotor também não pode transportar passageiros. 

No acidente registrado na manhã deste domingo (14), em Altamira, sudoeste do Pará, os bombeiros resgataram um piloto de 62 anos e um passageiro de 35. O avião agrícola estaria se deslocando para Brasil Novo, sudoeste, onde realizaria serviço de pulverização em uma fazenda quando a queda foi registrada.

Militares do 9º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) tiveram dificuldade em chegar até o local. Os tripulantes sobreviveram porque saíram antes da aeronave atingir o solo. Agricultores que estavam na propriedade rural ajudaram as vítimas até a chegada do socorro.

"Foi minha mãe que viu, quando cheguei em casa ela disse que um avião havia acabado de cair, olha o fumaceiro. Já fui atrás do meu filho que estava na casa do vizinho. Subimos, e vimos eles pertinho do avião pegando fogo, trouxemos eles mais para cima para não correrem o risco.", conta Aécio Gonçalves, proprietário da fazenda.

O piloto identificado como Paulo Riato sofreu um possível trauma no tórax e uma possível fratura nas costelas. Já o passageiro  Gabriel Ribeiro, fratura no fêmur esquerdo e dedos da mão esquerda. Os dois foram levados conscientes até o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira.

O monomotor Ipanema fabricado pela Embraer em 1982 ficou destruído pelas chamas. As causas do acidente aéreo serão apuradas. A região se destaca com a expansão do agronegócio e a presença de aviões agrícolas é cada vez mais frequente. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) proíbe que haja o transporte de ajudantes para aplicação nas fazendas, nos aviões só há espaço para o piloto. 

"Maiores detalhes quanto ao acidente serão investigadas pelo Seripa, órgão responsável por acidentes aeronáuticos.", informa o Major Gilmarcos, comandante do 9º GBM. O Jornalismo da Vale do Xingu tentou contato por telefone com os responsáveis pelo avião, mas até o fechamento desta reportagem não teve retorno.