A realidade de quem precisa se locomover por longas distâncias para buscar atendimento é difícil. Em um vídeo compartilhado, uma paciente aparece na maca, na ambulância, esperando para ser transportada até a sede do município de Altamira, sudoeste do Pará, onde fica o hospital mais próximo. Mas, sem ambulancha, a mulher precisará ser transportada em uma lancha convencional, sem nenhuma proteção.
"Estamos precisando levar a paciente para Altamira, mas vamos ter que levar nessa ambulancha aqui, nessa voadeira, porque a ambulancha de Senador [José Porfírio] está quebrada.", afirma uma testemunha.
O vídeo foi gravado por um morador do PA Ressaca, um plano de assentamento que fica a cerca de 90 km de distância de Altamira, pela estrada, indo por dentro da Gleba Assurini, apesar disso, a área pertence ao território de Senador José Porfírio, sudoeste. Como não é possível acessar a sede do município, quem vive nessa localidade, busca socorro médico em Altamira, por conta da proximidade.
Na comunidade há um posto de saúde que atende aos moradores, os casos complexos e graves, são transferidos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Altamira, ou para o hospital, ações feitas através de parceria entre as duas prefeituras.
Mas, para o paciente chegar até o hospital, a prefeitura de Senador José Porfírio precisa garantir o transporte, seja de carro, com uma ambulância, ou pelo rio Xingu, com as chamadas ambulanchas. O que, segundo os moradores do PA Ressaca, não vem acontecendo porque a embarcação está quebrada.
Na denúncia, o morador mostra a situação da embarcação, ancorada, sem nenhuma fiscalização ou proteção contra a ação do tempo. No casco é possível ver o adesivo com o nome da prefeitura de Senador, além dos nomes do Ministério da Saúde e da empresa que fez a doação da embarcação. Segundo o denunciante, a paciente foi levada para Altamira, mas os familiares precisaram pagar pelo transporte em uma lancha que faz frete para a região.
Por meio de nota, a prefeitura de Senador José Porfírio informou que "o caso mencionado é desconhecido de nossas equipes de saúde, tanto da sede do município quanto das zonas rurais (polo I e polo II). Nossas ambulâncias e ambulanchas estão em pleno funcionamento.".