Casal de Medicilândia está entre os 50 melhores produtores de amêndoa do mundo

Robson e Sarah Brogni um casal conhecido entre chocolatiers da região e até mesmo de outros estados brasileiros. Nosso destino é Medicilândia, sudoeste do Pará, onde a família nos recepcionou para contar uma novidade: a propriedade foi selecionada e está entre as 50 de todo o mundo que produzem amêndoa de cacau de qualidade.

O Momento Agro é um oferecimento do Auto Posto Maverick - Sempre perto de você, Sicredi - Não é só dinheiro. É ter com quem contar, e Intergrãos - Insumos e produtos agropecuários.

"Em 2015 já começamos a investir na produção do cacau fino pensando em agregar valor às amêndoas. Aí de 2015 a 2018 produzimos cacau de qualidade, de excelência sem ter um mercado certo ainda. (...) Até que em 2019 surgiu o primeiro cliente, veio de Belo Horizonte pessoalmente e levou amostra da nossa amêndoa e gostou do nosso cacau e começou a comprar da gente e no mesmo ano ganhamos o concurso da melhor amêndoa do Pará.", conta Robson Brogni.

A partir de então, a família começou a olhar para a lavoura com outro objetivo: também fabricar o próprio chocolate. E novos mercados se abriram, bem como a oportunidade de participar do Concurso Nacional de Qualidade da Amêndoa. Em 2021 o sítio ficou em primeiro com o melhor cacau do Brasil e no ano de 2022 em terceiro lugar.

Uma das vantagens de ocupar as primeiras colocações, seria o passaporte para participar da competição mundial prevista para fevereiro de 2024 e com a participação de jurados de vários países.

"Todos os primeiros lugares de duas categorias foram classificados para essa pré-seleção do mundial. Dessas oito amostras saíram três que ficaram entre os 50 finalistas.", afirma o produtor de cacau.

Ela é filha de Medicilândia e cursou pedagogia em Santa Catarina, onde conheceu Robson, que abandonou o penúltimo semestre de administração para migrar ao Pará, onde já existia o Sítio Ascurra desde a década de 80, o nome é em homenagem à cidade natal do sogro dele também catarinense. 

"Essa vinda nossa para o Pará foi uma decisão de evolução mesmo. Eu era professora e a gente trabalhava só com aquela expectativa de sobreviver. E aqui no Pará a gente sabe que tem oportunidade e quando chegamos tivemos a oportunidade de escolher entre o cacau e a pecuária e aí escolhemos o cacau.", relembra Sarah Brogni.

A fábrica é perto da lavoura. Sarah mostra orgulhosa as máquinas trabalhando. São várias receitas, elas consideram restrições alimentares de clientes intolerantes a lactose ou ainda que não podem consumir açúcar excessivamente. Tem produto vegano e além da principal matéria-prima para fabricação do chocolate, os sabores da floresta, como o cumaru, estão no menu. O branco, que leva a manteiga do cacau e a essência florestal, é uma das barras premiadas durante os festivais internacionais do chocolate. Mas na lista do reconhecimento, tem mais.

"O nosso cumaru é todo colhido na nossa fazenda, o cumaru é o sombreamento do nosso cacau. A gente desenvolveu essa receita que muita gente tem, mas essa nossa já foi premiada duas vezes com medalha de prata. (...) Foram mais de trinta amostras, aí levamos tanto na premiação do chocolate ao leite como na categoria chocolate intenso.", afirma Sarah.

Produzir no meio da Amazônia e ainda com reconhecimento. Medicilândia é a Capital Nacional do Cacau, por safra são mais de 50 mil toneladas de amêndoas. Além dos tratos culturais, um dos segredos é a terra roxa, esse é um dos solos mais férteis de todo o mundo. 

Além do casal, outro que é vizinho e também medicilandense conquistou classificação no concurso, totalizando duas propriedades de Medicilândia e outra da Bahia. As três representarão o Brasil na capital da Holanda em Amsterdã. Robson, Sarah, Leomar e Miriam estão prestes a embarcar para a Europa, eles levarão na bagagem experiência com a agricultura familiar paraense, e independente do resultado, das três primeiras colocações, já estão entre as 50 melhores amêndoas, e isso é motivo de sobra para comemorar. 

"Ah, na Amazônia, produzir cacau e chocolate é um privilégio. Hoje a Amazônia é a menina dos olhos do mundo.", finaliza Robson Brogni.