Um garotinho de apenas seis anos portador de uma doença rara no rim, a Síndrome Nefrótica, que mesmo tão pequeno aprendeu cedo a ser compreensivo. Essa é a história de Luiz Miguel, morador do bairro Viena em Altamira, sudoeste do Pará. A carta emocionante foi escrita de surpresa pelo avô do pequeno.

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"Eu vou contar um pouco da minha história, quando eu tinha um ano de idade meu pai estava em uma quadra jogando bola quando foi alvejado pelas costas com dois tiros. Um dos tiros deixou meu pai impossibilitado, pois o mesmo perdeu um rim e também perdeu o movimento das pernas, pois a bala ficou alojada na coluna. Meu pai ficou 45 dias internado e depois disso não tem mais a saúde que ele tinha para trabalhar"

"Devido à situação financeira dele, ele tem deficiência, estava assistindo o jornal, como sempre da abirobada e resolvi mandar a cartinha. Sempre dei força para ele, sou um pai ativo. Ajudo da melhor forma possível. (...) E se eu não tenho, eu peço, não tenho vergonha, vergonha é roubar.", conta Carlos Reis, avô do Miguel.

Carlos Henrique de Jesus hoje tem 30 anos. Ele conta que não tinha envolvimento com crimes, mas estava no lugar errado e na hora errada. "Foi como se um filme passasse diante dos meus olhos em um simples segundo.", relata o pai do Miguel.

Carlos perdeu o movimento das pernas e é diabético. A carta detalhou que às vezes ele passa mais de trinta dias no hospital. O benefício que recebe do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mal dá para comprar alimentação e remédios. E também curativos para tratar uma ferida.

De pedreiro, Carlos aprendeu outra profissão: hoje é marceneiro e mostra com orgulho as peças que fabrica. Uma delas é mais especial, esse balanço, que fez porque não tem condições de comprar brinquedos para o único filho.

"Eu tinha que ser forte, o que vou fazer da vida, pensava que ia ficar totalmente dependente, mas aprendi a ser forte e comecei com o trabalho de marcenaria. (...) Eu acredito muito nas pessoas que compram, pois elas não olham para a minha limitação física.", afirma Carlos Henrique.

Mas o que essa família não esperava era que o pedido fosse ser atendido pela Campanha Natal Vale Muito ser Feliz da Vale do Xingu que conta com parceiros. Um deles foi o gerente do setor comercial, Gutemberg Cruz, da empresa, que enviou cestas básicas para garantir que o Natal e o Ano Novo da família sejam de mesa farta.

Uma telespectadora do SBT Altamira, Nanda Doces, enviou panetones para o pequeno Miguel, que nunca havia experimentado a guloseima e amou. Como ele não tinha brinquedos, a gente deu uma força e levou dois presentões. Doação de um telespectador mirim.

Mas na carta, havia outro pedido: o dia, uma bicicleta. Ela entregue pelo locutor Israel Alves que conseguiu esse presentão com A Movelar. "Eu falei para ele (gerente) se tinha como, e ele falou que A Movelar não está aqui só para vender, mas também para realizar sonhos.", disse Israel Alves.

Luiz Miguel foi logo testar a bike e mostrou que já sabe andar sem as rodinhas. Pedidos atendidos, mas durante a conversa com o pai ele revelou que a principal máquina que ajuda no acabamento das peças que fabrica está quebrada, uma nova custa cerca de R$ 300 reais.

Bastou uma mensagem para a empresária e conseguimos na hora também garantir que essa família possa voltar a ter uma renda extra. Era isso que estava faltando. Que não falte saúde, então tá aqui o presente. O nome dela é Ana Maria Brito e tenho certeza que vai ficar muito feliz.

Uma família humilde, mas que tem esperança em dias melhores. Evangélicos, um dos passeios preferidos é ir para igreja. Carlos não larga a bíblia e diz que valorizou mais a vida após a tentativa de homicídio e sabe que os amigos de verdade são aqueles que a gente pode contar principalmente nos dias difíceis.

"Para completar minha história eu nasci com uma doença rara no rim, tenho que fazer um tratamento em Belém. A gente morava de aluguel, mas meu pai comprou uma pequena casa com empréstimo do banco, ainda está endividado, pois deve R$ 8 mil reais no terreno que está atrasado. Não tem condição de pagar, pois o salário mínimo que recebe do governo mal dá para sobreviver, às vezes falta material para fazer curativo e falta até merenda."

Quem quiser fazer doação para ajudar na quitação da dívida pode enviar para o PIX (93) 99152-8253 no nome de Carlos Henrique Silva de Jesus. "Tinha liberdade de ir e vir, mas quando fui vítima de uma tentativa de homicídio eu entendi o verdadeiro sentido da vida.", finaliza Carlos Henrique de Jesus.