Crianças e adultos de todas as idades foram até a orla de Altamira, sudoeste do Pará, na tarde do último sábado (14), para prestigiar o Eclipse Solar Anular.
Três horas da tarde e eles já estavam, com as lentes específicas, filtros de solda, admirando o fenômeno no céu. Marina Carvalho, tem apenas 11 anos, após ver um fenômeno assim pela primeira vez, incentivada pela mãe a prestigiar o eclipse, ela ficou encantada.
"Ela falou que ia ter um acontecimento entre o sol e a lua, que daria pra ver aqui de Altamira, e ele me mostrou como ia aparecer aqui em outros lugares, e aqui foi onde eu me surpreendi mais, em ver. É a primeira vez que eu tô vendo, é uma experiência mágica", afirmou a pequena.
Mas não foi somente a Marina que ficou encantada com o evento, Rayane resolveu aceitar o convite das amigas para acompanhar o fenômeno. De acordo com ela, os altamirenses têm um privilégio a mais, pois além do fenômeno, a visão se preenche com a imagem do rio Xingu que passa na frente da cidade.
"Primeira vez, que eu tô vendo esse fenômeno, vim através das minhas amigas, a gente veio, compramos a lente, e quando a gente coloca a lente é muito lindo de se ver, o sol e a lua, tanto pelo fator da gente estar aqui na beira do rio também e ver esse fenômeno", relata a indigenista.
Júlio César trouxe toda a família. Esse é o segundo eclipse que ele acompanha, o trabalhador disse que assistiu ao eclipse solar que aconteceu na data de 3 de novembro de 1994 quando o eclipse começou a leste do Oceano Pacífico, passou pelo sul do Peru, norte do Chile, partes da Argentina, Paraguai, atravessou o sul do Brasil e acabou ao sul do oceano Atlântico, próximo do continente africano. Um privilégio que o Júlio César pode contar.
"O primeiro foi em 1994, eclipse total, e agora, em 2023, dia 14 de outubro, a gente está vendo o segundo eclipse, desta vez anular, e eu estou tendo a honra de trazer as minhas filhas, quem em 94 eram crianças e não perder também esse fenômeno natural", afirmou Júlio César da Silva, Tecnologia da Informação.
O tipo especial de eclipse parcial do Sol é o eclipse solar anular, como o que foi visto em Altamira, que acontece devido a um maior distanciamento da Lua à Terra, em função da órbita da Lua ser uma elipse e não uma circunferência.
Maurício e os amigos do clube de Astronomia de Altamira levaram um telescópio para ajudar as pessoas que passavam pela orla a dar aquela espiadinha no céu. Nunca é demais lembrar que não se deve olhar diretamente para o Sol sem a proteção adequada, caso contrário os danos à retina serão irreversíveis.
"Nós temos um clube de astronomia fundado desde 2016, sempre que tem um fenômeno a gente se reúne, se encontra, e esse eclipse, como ele é anular, a gente não poderia deixar de assistir", conta o membro do grupo de Astronomia de Altamira. "O próximo eclipse pelo estudo que eu fiz, em 2028, daqui a um pouco de quatro anos".
Na Astronomia, "eclipsar" significa esconder, encobrir, ou interceptar a luz vinda de um astro. No Egito Antigo, os eclipses do Sol eram explicados como sendo ataques de uma serpente ao barco que transportava o Sol pelo céu.