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Investigação conclui responsabilidade dos pilotos em acidente aéreo que vitimou Marília Mendonça

Polícia Civil de Minas Gerais divulga resultados da investigação sobre a tragédia e destaca negligência da tripulação

Markelle Lereno
Por: Markelle Lereno Fonte: Metrópoles
04/10/2023 às 14h45 Atualizada em 05/10/2023 às 09h01
Investigação conclui responsabilidade dos pilotos em acidente aéreo que vitimou Marília Mendonça
Polícia divulga conclusão das investigações sobre morte de Marília Mendonça e mais quatro tripulantes - Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu as investigações sobre o acidente aéreo que tirou a vida de Marília Mendonça, equipe e os pilotos da aeronave. Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (4), a PCMG anunciou as descobertas, destacando a responsabilidade dos pilotos pelo acidente.

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Conforme a corporação, o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana foram considerados responsáveis pela tragédia, sendo acusados de três homicídios culposos. No entanto, o inquérito foi arquivado devido à extinção da punibilidade dos pilotos, que faleceram no acidente.

A coletiva de imprensa, conduzida pelos delegados Gilmaro Alves Ferreira, Ivan Lopes Sales e Sávio Assis Machado Moraes, juntamente com o inspetor Whesley Adriano Lopes Data, esclareceu que a investigação revelou negligência e imprudência por parte da tripulação, que não seguiu as instruções operacionais da aeronave.

O delegado regional de Caratinga, Ivan Lopes Sales, ressaltou que os procedimentos operacionais da aeronave não foram devidamente seguidos, incluindo a velocidade estipulada na perna do vento.

"E o que ficou evidenciado é que os pilotos ultrapassaram essa velocidade, desrespeitando o manual e saindo da zona de proteção do aeródromo. Qualquer responsabilidade cabia aos pilotos observar. Dessa forma houve negligência e imprudência", disse.

A investigação envolveu dois órgãos diferentes, a PCMG e o Cenipa, cada um com seus objetivos distintos. A PCMG tinha o papel de analisar e apontar a materialidade do crime, descartando diversas possíveis causas do acidente ao longo de quase dois anos de investigação.

"O resultado dessa investigação é com absoluto respeito a todos os familiares, de todos os envolvidos. Sabemos que foi um acidente, mas é uma missão da PCMG apurar. A investigação transcorreu, em quase 2 anos, na busca de descartar várias possíveis causas do acidente, até que se chegasse na causa fundamental da queda da aeronave. Precisávamos aguardar o laudo do Cenipa para descartar qualquer problema na aeronave. O IML também descartou qualquer problema com os pilotos, por meio dos exames. Era uma hipótese mais absurda, um atentado contra a aeronave e também foi descartado", disse Sales.

Polícia Civil de Minas Gerais responsabiliza pilotos pelo acidente aéreo que causou a morte de Marília Mendonça
Polícia Civil de Minas Gerais responsabiliza pilotos pelo acidente aéreo que causou a morte de Marília Mendonça - Foto: Reprodução/Internet

O delegado regional Ivan Sales também observou que o avião colidiu com uma torre, que não estava devidamente sinalizada. No entanto, ele esclareceu que a sinalização não era obrigatória, mas os manuais de procedimento da aeronave não foram revisados pelos pilotos antes do voo.

Documentos que teriam permitido a identificação das torres e das linhas de transmissão estavam disponíveis, e a aeronave também estava equipada com um sistema que emitia sinais sonoros na proximidade de obstáculos, embora pudesse ser desativado pelos pilotos.

O delegado Sávio Assis enfatizou que, apesar da vasta experiência do piloto com mais de 33 anos de carreira, ele tomou uma decisão equivocada ao alongar a perna do vento para garantir um pouso mais suave. Essa decisão resultou em uma trajetória de voo insegura e contribuiu para o acidente.

O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) também apontou que o piloto fez uma avaliação inadequada dos parâmetros da operação da aeronave, alongando a perna do vento mais do que o esperado. Além disso, os cabos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foram considerados um obstáculo para a aeronave.

O acidente ocorreu no dia 5 de novembro de 2021, causando a perda da eterna "Rainha da Sofrência", Marília Mendonça, que tinha 26 anos, na época. Além dela, o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins Medeiros, e o copiloto Tarcísio Pessoa Viana, também morreram.

O avião, um bimotor Beech Aircraft fabricado em 1984, caiu na área rural de Piedade de Caratinga, a poucos quilômetros de onde faria o pouso. A equipe saiu de Goiânia com destino ao interior de Minas Gerias, onde a artista se apresentaria.

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