O grande volume de caminhões boiadeiros chamou atenção dos moradores na Gleba Assurini, área rural de Altamira, região sudoeste do Pará, durante o final de semana. Um a um os veículos passavam em direção a Terra Indígena Ituna Itatá, para fazer a remoção do gado ilegal criado na TI.
A operação que aconteceu na Gleba Assurini contou com a atuação conjunta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Ministério Público do Pará, Agência de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARÁ), Polícia Federal (PF), Força Nacional entre outros.
A ação faz parte de uma operação que começou em 2022, após imagens de satélite mostraram que uma invasão gigantesca havia se formado na Terra Indígena Ituna Itatá, uma das mais desmatadas da região, com cerca de 200 invasores que provocaram um desmatamento de mais de 43 hectares de mata preservada para a criação de animais.
Após confirmação dos crimes ambientais, Ibama, Polícia Federal, Ministério Público Federal e Força Nacional deflagraram uma série de operações para a desmobilização da área. As investigações mostraram que as famílias ocuparam os terrenos ilegalmente, incentivados por fazendeiros da região, que prometeram lotes e gado para que se instalassem na localidade.
Segundo o Ibama, cerca de 5 mil cabeças de gado foram criadas ilegalmente na TI Ituna Itatá, e todo esse gado começou a ser retirado do local. Ainda segundo o Ibama, após abandonarem a área, esses fazendeiros deixaram o gado sob responsabilidade dessas famílias, as mesmas famílias que supostamente estariam tentando impedir que os animais sejam retirados do local.
Após a grande movimentação de caminhões na região, pontes que interligam a TI ao território de Altamira foram destruídas. Algumas tiveram a estrutura derrubada, outras foram incendiadas. A ação criminosa prejudicou os moradores que residem na região no Território de Senador José Porfírio, que agora estão isolados à espera de uma solução.
Por meio de nota, o Ibama informou que "o objetivo era combater o avanço da degradação ambiental por causa da prática ilegal da pecuária na região. Mais de 100 cabeças de gado foram embarcadas e abatidas.
O Ibama informou ainda que não foi notificado sobre a destruição da ponte, mas que atua por diferentes meios para realizar a operação. A primeira fase da operação começou no dia 14 e encerrou no último domingo.".
Já a prefeitura de Altamira informou que acionou às autoridades para que o caso de vandalismo seja apurado e enquanto isso está mobilizando esforços para restaurar a funcionalidade das pontes. Apesar da destruição de algumas pontes, a operação continua. Equipes policiais mantêm vigilância próximo às estruturas enquanto as demais equipes de fiscalização seguem com a remoção do gado.
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) também se pronunciou por meio de nota e informa que "está participando de operação em áreas de reserva ecológicas que possuem criação ilegal de gado, localizadas na área rural entre os municípios de Altamira e Senador José Porfírio.
A ação é coordenada pelo Ministério Público do Estado (MP), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Força Nacional e demais órgãos ambientais federais, onde a Agência de Defesa está oferecendo suporte em relação à área que lhe compete."
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