Uma manifestação foi realizada em frente a sede do Ministério do Público em Altamira, sudoeste do Pará. 40 indígenas de pelo menos 11 etnias exigiam o retorno de uma criança de dois anos para a aldeia Parakanã que fica em São Félix do Xingu, região sudoeste do Pará, na Terra Indígena Apyterewa.
A distância entre a aldeia e Altamira é de 580 quilômetros, mas os indígenas vêm à cidade para participar de reuniões e passam temporadas por aqui. Em uma delas, a mãe da menina ficou hospedada junto com os três filhos no centro da cidade e informou que saiu para fazer uma diária deixando as crianças na responsabilidade de um adulto.
Mas o Conselho Tutelar de Altamira teria flagrado a criança brincando sem a companhia de adultos em frente ao próprio MP e levado até o abrigo do município sem acionar os órgãos indigenistas. A mãe ainda informou que a criança saiu da residência sem que ninguém percebesse e que os irmãos estariam assistindo televisão.
"Essa criança não estava jogada. E sem o conhecimento da FUNAI, do MPF e nem informaram aos pais, o que é mais grave ainda. E a gente como liderança veio atrás em busca de uma resposta para que ela volte pra aldeia.", conta o Cacique Léo Xipaia.
Na contrapartida, o conselho que tratou o caso como abandono de incapaz repassou às lideranças que não sabia que a criança era indígena. Após a manifestação, a menina retornou à aldeia, ela ficou no abrigo por cinco dias.
Mín. 22° Máx. 39°