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Moradores cobram retirada de ocupantes da Vila da Ressaca

Ocupação de área da Belo Sun ocorre desde o dia 05 de junho

Por: Jornalismo Fonte: Por Raiany Brito
10/06/2022 às 13h57
Moradores cobram retirada de ocupantes da Vila da Ressaca
Moradores pedem a retirada de ocupantes - Foto: Particular Filmes

São cerca de 150 famílias assentadas no PA Ressaca e que exigem a retirada dos ocupantes que estão na área desde o dia 05 de junho. Com cartazes, os moradores não descartam que um conflito possa ser registrado. Uma carta foi enviada para a Defensoria Pública do Estado.

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O Nilson e seu Emiliano o são moradores da Vila Itatá e desabafam que sentem medo depois que um grupo de 100 pessoas decidiu ocupar a área da mineradora Belo Sun, em Senador José Porfírio, sudoeste do Pará. "Nós se sentimos ameaçados e acuados. Eles vieram dizendo e postando cartazes que representam o povo da comunidade, os agricultores, os indígenas, no entanto, nenhum deles é da região, são pessoas de fora, vamos supor Santarém, eu não sei da onde que são, mas não são daqui da região do estado, nem do município de Senador, nem de Altamira. Chegaram aqui não sei nem porquê. Algum órgão grande, pessoas grandes estão por trás deles", explica o morador Nilson.

"Afeta tudo, a gente fica com medo até de sair e deixar as casas sozinhas. A gente está esperando que tirem eles, não dá ficar", pediu Emiliano Oliveira.

A Delegacia de Conflitos Agrários foi informada sobre o risco e por meio de nota a Polícia Civil disse que irá tomar as medidas necessárias. A Belo Sun está com licenças suspensas por decisão judicial que pede consulta prévia de populações que residem na área onde a empresa tem a pretensão de instalar a maior mina de ouro do Brasil.

Tudo começou no último fim de semana depois da ocupação de 21 lotes. Os ocupantes se identificaram como agricultores e teriam o apoio dos indígenas Munduruku. Eles cobram a reforma agrária e não concordam com a área cedida à mineradora canadense. 

A Defensoria Pública do Estado do Pará e a PDU moveram uma Ação Civil Pública para a anulação do contrato entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e a Belo Sun sobre a área do Projeto de Assentamento Ressaca.

Por meio de nota, a Belo Sun informou que está tomando medidas legais comunicando a invasão às autoridades policiais e ao judiciário. A empresa manifesta total solidariedade à comunidade da Vila da Ressaca que vive momento de insegurança e incerteza não só devido à presença de estranhos na área de estação de captação e tratamento de água, mas também ao desconhecimento das verdadeiras intenções dos invasores. Na quinta feira, (09/06), as aulas na Escola Polo Municipal de Educação Fundamental Luiz Rebelo foram suspensas. A nota encerra com o comunicado de que o projeto Volta Grande do Xingu irá trazer desenvolvimento e segurança.

"A única reunião que teve, foi a reunião que nós marcamos ontem (08/06) no acampamento, para eles darem explicações para nós, por que que ele estão dentro da nossa comunidade. No entanto, eles vieram a tarde, nós estilamos um prazo para eles se retirarem de dentro da nossa comunidade. Nós demos 48h para eles, em 48h se eles não saírem vai juntar os nosso indígenas da região, vamos juntar os moradores, Ressaca, Itatá, Gado, Ilha da Fazenda, Mocotó e os agricultores, vamos fazer um cordão e vamos sair levando tudo, e quem trouxe eles vão se responsabilizar por qualquer coisa que acontecer", afirma Nilson.

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