A cidade de Pacajá, no Sudoeste do estado, parou para receber a jovem Francisca Denayra. Ela saiu da cidade há 10 anos para estudar medicina na Venezuela, e retornou à região como médica.
Preta, filha de doméstica, vinda de uma família pobre e de gente batalhadora. Denayra estudou pesado, e precisou de muita ajuda para se manter na Venezuela e realizar o sonho de ser médica.
Sempre muito esforçada, a jovem é a primeira da família a sentar em um banco de universidade, e além de sonhar com um curso de nível superior, ela sempre quis ser médica.
Certa de que a medicina exige dedicação extrema, ela sempre soube que a carreira longa e difícil reservavam grandes desafios, que apesar de serem muitos, não a intimidaram de jeito nenhum.
"Não foi fácil, eu posso dizer que eu sobrevivi a muitos desafios. Sobreviver à Venezuela foi o maior de todos, e chegar hoje aqui é um sonho realizado.", destacou.
O esforço foi recompensado com uma homenagem e tanto. Com uma faixa nas mãos, a mãe e a avó esperavam ansiosas pelo abraço que há muito tempo sonhavam em dar.
E elas não foram as únicas. Amigos, colegas de escola, até a turma da fanfarra, grupo que Francisca Denayra participou por vários anos, também marcaram presença na recepção, e deixaram a jovem ainda mais emocionada.
A noite foi de comemoração. Agradecida, Francisca Denayra lembrou de cada momento que passou longe de casa, e como a força de uma pessoa muito especial foi imprescindível nesse período.
Formada em medicina no exterior, Francisca Denayra agora precisa enfrentar outras duas batalhas, o revalida, uma prova aplicada pelo MEC que analisa os conhecimentos adquiridos pelos médicos que se formaram em outros países, e sendo aprovada, ela recebe autorização para fazer a residência, pelo menos mais dois anos estudando pesado, coisa que não intimida quem saiu do interior do Pará decidida a ser doutora.
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