Gleba Bacajá: moradores denunciam que invasores teriam incendiado casas

A denúncia foi feita por agricultores que moram no lote 96 que pertence á Gleba Bacajá área rural de Anapu, sudoeste do Pará. A Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal acompanham o confronto entre agricultores e grileiros de terra.

As vítimas informaram à Polícia que era por volta de meio dia quando um grupo armado, que se passou por policiais, incendiou casas do Lote 96 e agrediu moradores do acampamento e também ameaçou quem filmava a ação. Durante a abordagem violenta do grupo, celulares foram confiscados e destruídos.

No local moram 54 famílias. Ainda segundo as vítimas, os agressores continuam no local e que uma família estaria refém de pistoleiros. Um documento enviado pela Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos para a Secretaria de Segurança Pública do Estado, há o pedido de providências e a denúncia de que o órgão recebeu diversos áudios denunciando que homens armados invadiram a área e queimaram as residências dos agricultores. No documento a Sociedade informa ainda que a área é grilada e teria sido anulada pelo INCRA, no processo judicial.

Esta não é a primeira vez que o confronto na comunidade lote 96 é registrado. Em janeiro de 2021 algumas famílias tiveram casas incendiadas. Em março do mesmo ano, o Ministério Público Federal deflagrou a Operação Avarum como objetivo de combater o desmatamento ilegal e a grilagem de terras. Na ocasião, a equipe apreendeu equipamentos utilizados no desmatamento, e aplicaram multas no valor de R$650 mil reais. Uma área de aproximadamente 97 hectares foi identificada como foco de desmatamento dentro da área de proteção conhecida como PDS Esperança, que também fica em Anapu que já tem histórico de violência do campo resultando na morte da missionária norte americana Dorothy Stang.

Sobre o atual caso, o Ministério Público se manifestou afirmando que segue apurando a denúncia dos ataques. E que o grupo afirmou estar realizando reintegração de posse na localidade, porém, as reintegrações de posse estão suspensas no país inteiro por ordem do Supremo Tribunal Federal.