Vitória é um belezinho que acabou indo parar na rede de pescadores que vivem na comunidade ribeirinha de Piracãoera, região de várzea às margens do Rio Amazonas. Pesando cerca de 20kg, o filhote de peixe-boi ficou preso a uma rede, mas foi rapidamente socorrido pelos ribeirinhos e levado para a comunidade. Eles cuidaram do filhotinho e deram até um nome pra ela, que acabou ganhando o coração de toda a comunidade.

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Com aproximadamente 115cm, a Vitória estava bem, e não se machucou. Assim que ela foi resgatada os ribeirinhos acionaram os fiscais da secretaria de meio ambiente, em Santarém (Oeste). Para não desidratar, Vitória ficou dentro de uma caixa d´água e depois de passar por uma avaliação, ganhou uma mamadeira. 

Os fiscais disseram que os ribeirinhos agiram certo em acionar a secretaria. Os filhotes nadam sempre perto da mãe por conta da dependência, já que estão em processo de amamentação, e por dois anos ficam sempre coladinhos nas fêmeas. Para que um filhote seja encontrado dessa forma a mãe, acreditam os fiscais, pode ter sido morta por pescadores. 

Vitória é um filhote da espécie Peixe-boi-da-amazônia, e é o menor entre todos os peixes-bois que existem na natureza. Muito vistos nos rios que fazem parte da bacia amazônica, ele não é visto próximo de corredeiras por conta do seu peso e tamanhos. Aqui na nossa região ele pode ser encontrado em Senador José Porfírio e até mesmo em Vitória do Xingu. Após o resgate na comunidade em Santarém, o filhote foi levado pelos fiscais para ser cuidado no ZooUnama, um zoológico mantido pela iniciativa privada em parceria com órgãos ambientais, e que mantém o único projeto de resgate, cuidados e monitoramento de peixes-bois em todo o estado. 

Segundo os biológicos que irão cuidar da pequena Vitória, agora ela deve entrar na primeira fase do programa que é a adaptação, para que ela possa receber uma nutrição adequada e ganhar peso. Em seguida ela entra na segunda fase, quando ganha liberdade para ficar no próprio rio, com proteção e sendo monitorada. 

A última fase acontece com a soltura na natureza, quando Vitória deve ganhar um chip para ser monitorada e ter seus passos estudados pela equipe. Um longo período para quem perdeu a mãe provavelmente para a pesca predatória, e agora só pode contar com a equipe de pesquisadores.